Após 35 dias em greve, os trabalhadores dos Correios retomam as atividades nesta quarta-feira, 23, conforme decidido em assembleia. Na segunda-feira, a Justiça determinou um reajuste de 2,6 e estabeleceu a volta das atividades, sob pena de R$ 100 mil por dia em caso de descumprimento.
A decisão não agradou aos trabalhadores, que afirmam que perderão uma série de direitos, porém, o objetivo agora, diz a FENTECT (Federação Nacional dos Trabalhdores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares), é aglutinar forças para se concentrar numa outra luta, contra a privatização.
“Na avaliação da Federação, esse resultado não contempla a categoria e causará um empobrecimento dos trabalhadores frente às perdas salariais que essas cláusulas usurpadas representam na folha de pagamento e em benefícios que garantem a dignidade do ecetistas e suas famílias. No entanto, sabemos que muitas lutas virão pela frente como a batalha contra a privatização dos Correios, que já está na ordem do dia. Por isso, este é um momento de reflexão, aglutinação, e sobretudo de recuperar todas as nossas forças para enfrentar as próximas lutas que estão por vir”.
Para a FENTECT e demais sindicatos filiados, ficou claro o alinhamento do judiciário com a política de retiradas de direitos em massa da classe trabalhadora. “Ficou evidente, na sentença colocada pelo TST, um alinhamento político ideológico do Tribunal com o governo, subserviente às políticas atuais e visando, inclusive, indicação de vaga no Supremo Tribunal Federal”.
“Não é de hoje que o judiciário vem mostrando a sua face mais obscura do jogo de interesse político dentro dos tribunais deixando de lado a imparcialidade e a harmonia que deveria existir entre os poderes. Infelizmente, o Tribunal Superior do Trabalho e Supremo Tribunal Federal se tornaram um banco de negócios para atender interesses políticos e individuais”.
A FENTECT ainda diz que recorrerá dessa decisão em todas as esferas possíveis para tentar reverter esse quadro e conclama a todos os trabalhadores para se manterem unidos, vigilantes e prontos para as próximas batalhas que virão. A luta continua! Juntos somos mais fortes!