Julia venceu a insegurança e viu na aprendizagem a oportunidade de transformação

“1933 foi um ano ruim” é uma obra clássica do escritor John Fante. Poderíamos adaptar o título para os dias atuais e dizer que 2020 foi um ano ruim: para muitos brasileiros, em razão da pandemia, e também para a jovem Julia Cristina Machado, de 19 anos.

Parecia que tudo estava dando errado na vida dela. O pai com problemas de saúde, a mãe demitida do trabalho por WhatsApp, e Julia em busca de oportunidade profissional.

Até que o vento mudou. E lá estava ela, mais uma vez transformando vidas e abrindo portas, a aprendizagem profissional.

Na metade do ano passado, a Julia conseguiu o primeiro emprego através da GERAR, numa rede de corretoras de seguros, em Curitiba. A aprendiz venceu a insegurança e hoje se sente preparada e apoiada para crescer ainda mais.

“Eu era muito tímida. Quase não falava com as pessoas”.

A colocação aconteceu num setor com qual ela tinha receios, a tecnologia.  “A tecnologia para mim era um bicho de sete cabeças. E hoje consigo interagir com a tecnologia sem brigar. Isso me dá confiança e conforto de saber que eu posso fazer mais”.

No dia a dia, Julia realiza atividades como mudar a senha de email de usuários, atualizar antivírus, criar novos acessos, além de organizar o envio de computadores para o trabalhadores em home office. “Não fazia ideia que conseguiria fazer tudo que faço hoje”.

A palavra é superação. Das próprias limitações e das inseguranças. Para vencer as barreiras a formação como aprendiz foi fundamental.

“Fiz por um mês o curso inicial da GERAR, o que me apoiou bastante. Nas aulas, conversamos sobre vários assuntos, sociais e do trabalho. Na última semana tem curso básico de tecnologia para  aprendermos a mexer melhor no computador. O suporte tanto social quanto no técnico foi muito bom”.

Hoje ela se sente tranquila dentro da empresa para realizar suas atividades. E o que antes era motivo de temor, hoje é perspectiva. Julia avalia fazer cursos na área de tecnologia, para se aperfeiçoar.

Dificuldades e superação

Usando um termo da moda, a família passou por algum perrengue nos últimos anos e precisou do apoio da igreja que frequenta, que ajudou com cestas básicas.

Julia tem um irmão de 5 anos. No ano em que ele nasceu, o pai teve um AVC – do qual já se recuperou, no entanto, em razão da doença, o pai ficou desempregado. E em 2020, com a pandemia, a mãe dela foi demitida por WhatsApp.

“Ela estava há cinco anos na empresa e foi demitida por WhatsApp. Como eu tinha terminado o ensino médio, eu também estava desempregada. Veio um desespero. Mas eu sou uma pessoa de fé e acredito muito em Deus. E Deus estendeu a mão para a gente e foi muito generoso”.

Julia com o irmão de 5 anos de idade

Organização financeira

Com o próprio salário propiciado pelo trabalho como aprendiz, ela agora ajuda em casa e ainda tem recursos para gastar consigo. “O meu vale-refeição vai todo para a comida aqui de casa. Eu invisto o dinheiro que ganho com minhas coisas, mas guardo boa parte”.

Transformação

A trajetória de Julia é um exemplo da transformação que aprendizagem proporciona. Ela reconhece.

“É extremamente importante. Quando você tem oportunidade de aprender qualquer coisa com alguém, é de extrema importância que dê valor, pois isso muda a sua história”.

Segundo ela, o jovem precisa ser valorizado. “Boa parte da sociedade nos joga de lado. A palavra aprender é tão desvalorizada quanto o jovem. Mas a gente quer aprender, ser valorizado e crescer na vida. Queremos ser ‘alguém’ com muitas aspas, pois já somos alguém, mas queremos mais”.

E ela vê a atuação da GERAR como fundamental para promover essa valorização. ”Ter uma instituição como a GERAR e uma empresa como a que eu estou faz com que o jovem seja valorizado”.
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Jovens conselhos

Julia ocupa uma posição que é o sonho de muitos jovens: ter uma colocação e a oportunidade de aprender e de evoluir. Como chegar lá? Ela dá algumas dicas. “A primeira dica é seja sincero. Algumas pessoas pensam que precisa mentir muito. Seja jovem, pois a empesa não está procurando robozinho que sabe de tudo. É legal também fazer trabalhos voluntários”

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