Requião Filho e Arilson Chiorato contestaram o governador, que disse hoje que a suspensão da licença da ponte de Guaratuba, pela Justiça, foi uma decisão “irresponsável” e de “traidores do Estado”
Os deputados Requião Filho e Arilson Chiorato, líder e vice-líder da Oposição na Assembleia Legislativa (Alep), rebateram hoje (3) as afirmações do governador Ratinho Jr., que, mais cedo, disse que a suspensão pela Justiça Federal da licença ambiental da construção da Ponte de Guaratuba, no litoral do Estado, foi uma decisão “irresponsável” e de “traidores do Paraná”. Segundo eles, traidor é quem entrega o patrimônio do estado e liquida empresas estratégicas.
“Decisão irresponsável é vender a Copel, é privatizar a Sanepar, é defender o pedágio. Traidor do Paraná é quem entrega nosso patrimônio, quem liquida nossas empresas estratégicas. Traidores do Paraná são aqueles que mentem descaradamente na propaganda da televisão, quando a realidade do Estado é outra”, disse Requião Filho.
Para o parlamentar, a “perseguição” contra o Paraná existe apenas na cabeça do governador, que se ancora nesse argumento, ao ser contestado na Justiça.
“Acusações pesadas foram feitas, de que outros Estados estariam interessados, que ONGs estariam mancomunadas, uma síndrome de perseguição, quase uma paranoia. Não tem perseguição, o que se busca é transparência, concorrência. As coisas feitas no atropelo, no escuro e com pressa, precisam ser esclarecidas. O problema não é fazer ou não a ponte. É como fazer. Como licitar, quem irá fazer. A ponte é boa, necessária, mas não é apenas a ponte. Temos que discutir acessos, desvios, duplicações. Precisamos de um bom projeto”.
Da mesma forma, Arilson Chiorato criticou a pressa do governo do Estado em relação a ponte, atropelando prazos e não cumprindo o que determina a legislação.
“A Copel foi privatizada em regime de urgência, a Copel Telecom foi vendida em regime de urgência, reformas foram aprovadas em regime de urgência. Toda vez é um atropelo para driblar o sistema jurídico. E quando vem uma decisão de que não foi cumprida determinada etapa jurídica, que não foi feita uma consulta publica que é necessária, ele acusa de traidor. Traidor é quem gravou vídeo na campanha dizendo que não ia vender a Copel e depois vendeu. Eu sou a favor da ponte, desde que tenha o impacto ambiental correto, que tenha a infraestrutura logística, e que a população seja consultada”.