O Banco Central não atendeu os apelos dos governistas para que houvesse uma aceleração na queda da taxa de juros ou para que ao menos fosse mantido o ritmo de cortes. Na noite desta quarta-feira, o Copom informou a queda de 0,25%, menos que os 0,5% das reuniões dos últimos meses – patamar que já era considerado modesto. Com isso, os juros básicos passaram de 10,75% ao ano para 10,50% ao ano
A queda mais acentuada nos juros era uma reinvindicação do PT considerando também a devastação do Rio Grande do Sul, que necessitará de investimentos vultuosos para a sua reconstrução. Com juros altos, os investimentos se tornam mais caros.
Em nota divulgada esta semana, o partido afirmou: “Diante da comoção nacional com a tragédia do Sul e suas consequências, é imperativo que o Copom do Banco Central não reduza o ritmo dos cortes na taxa básica de juros. Ao contrário, é cada vez mais evidente a necessidade de acelerar seu retorno a patamares compatíveis com situação real da economia do país, que continua sendo fortemente prejudicada, inclusive no aspecto fiscal, pela maior taxa de juros do planeta”.
Tão logo o corte modesto foi anunciado, o ministro do desenvolvimento agrário e agricultura familiar, Paulo Teixeira, postou: “Parece que o presidente do Banco Central está fora da realidade ao baixar os juros em apenas 0,25% . Sugiro que Roberto Campos Neto assista os telejornais e veja como anda a vida real no Rio Grande do Sul”.
A decisão não foi unânime e refletiu a divisão do mercado, que estava dividido entre os cortes de 0,25 ponto percentual e 0,50 ponto percentual. Votaram a favor do corte menor cinco diretores diretores: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Otávio Ribeiro Damaso e Renato Dias de Brito Gomes. Já os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defenderam um corte maior. São eles: Ailton de Aquino Santos, Gabriel Muricca Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.