“As mulheres estão loucas atrás dos homens”. A fala foi proferida pelo desembargador Luís César de Paula Espíndola, em sessão da 12ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), na última quarta-feira, 3 de julho. A OAB-PR (Ordem dos Advogados do Brasil) repudiou a manifestação misógina e o Tribunal de Justiça do Paraná abriu investigação.
A declaração aconteceu dentro julgamento do pedido de medida protetiva em favor de uma estudante de 12 anos que acusa o professor de assédio sexual em uma escola.
Para a OAB, “as estarrecedoras manifestações do magistrado afirmando que “as mulheres estão loucas atrás dos homens” e imputando às mulheres, generalizadamente, comportamento que ele classifica como “assédio aos homens”, além de discriminatórias, expressam elevado grau de desconhecimento sobre o protocolo para julgamento com perspectiva de gênero, de cumprimento obrigatório pelos magistrados e tribunais. Revelam ainda profundo desrespeito para com as mais recorrentes vítimas de todo o tipo de assédio: as meninas e mulheres brasileiras”.
Em nota, o TJ-PR disse que não endossa os comentários feitos pelo desembargador e que foi aberta investigação preliminar no âmbito desta corte, com base na Resolução 135 do CNJ. O magistrado terá prazo de 5 dias para se manifestar.