Nicolás Maduro é o vencedor das eleições presidenciais conforme o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela. De acordo com a apuração, ele venceu 51,21 % dos votos, contra os 44,2 % do seu adversário, o antigo diplomata Edmundo González Urrutia.
A votação de Maduro encolheu 16,64 pontos percentuais em relação ao último pleito, em 2018. A eleição daquele ano, contudo, foi boicotada pela oposição, a qual adiantava que não iria reconhecer o resultado, e teve número recorde de abstenções.
Em 2013, quando substituiu Chavez, Maduro teve um resultado ainda mais apertado, com pouco mais de 50% dos votos. A eleição de agora reforça o quadro de um país dividido, e exigirá respostas do governo às crises econômica e social – agravadas por pesadas sanções impostas pelos Estados Unidos — que tem levado milhões de venezuelanos a deixarem o país.
Desta vez, se por um lado várias nações questionam a legitimidade da vitória e cobram transparência no processo, por outro os apoiadores do presidente reeleito falam em um momento histórico.
“Eu sou Nicolás Maduro Moros, o presidente reeleito da República Bolivariana da Venezuela. Irei defender a nossa democracia, a nossa lei e o nosso povo”, proclamou Maduro ao dirigir-se aos seus apoiantes em Caracas.
As declarações surgiram no final de um atraso de seis horas na divulgação dos resultados das eleições de domingo (28).
De acordo com a autoridade eleitoral, com cerca de 80% dos votos contados, Maduro garantiu mais de 5 milhões de votos, em comparação aos 4,4 milhões de González Urrutia.
O resultado representou um golpe para a oposição venezuelana que, apesar de dividida, se mantinha unida em torno da candidatura de González, na esperança de ajudar a tirar o país de uma dos piores econômicas recentes.
“Ganhamos em todos os Estados e todos sabem disso”, assegurou a líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, que tinha apoiado a campanha de González depois de ter sua candidatura barrada.
“Não os derrotamos política e moralmente, derrotamos com votos”, disse María Corina aos jornalistas, afirmando que González venceu com 70% dos votos e devia ser considerado o presidente eleito do país.