Sunye vence consulta e será o novo reitor da UFPR

Marcos Sunye e Camila Fachin

Com 62% dos votos, Marcos Sunye venceu a consulta junto à comunidade acadêmica da UFPR (Universidade Federal do Paraná) e será o novo reitor da instituição. O adversário Fernando Mezadri obteve 38% dos votos.

No total, entre professores, técnicos e estudantes, 14.881 pessoas votaram. Sunye ganhou nos três grupos. A votação ocorreu entre esta quarta-feira, dia 18, e esta quinta-feira, dia 19. A apuração se encerrou por volta das 19h30.

A Chapa 3 era formada por Marcos Sunye e Camila Fachin. A Chapa 2, era encabeçada por Fernando Mezzadri e Cristina Rodrigues.

No primeiro turno, Sunye teve 44% e Mezzadri 29% dos votos, respectivamente. A chapa 1, com Graciela Bolzon, obteve 26% dos votos.

A consulta pública envolveu um eleitorado professores, estudantes, servidores técnicos administrativos e colaboradores da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), vinculados ao Complexo do Hospital de Clínicas da UFPR.

A chamada eleição da UFPR, na verdade, se trata de uma consulta pública aos membros dessa instituição. Segundo a legislação vigente, os cargos de reitor(a) e vice-reitor(a) são nomeados pelo Presidente da República, cabendo às universidades federais enviar ao governo uma lista tríplice, sem a garantia de que a chapa mais votada será nomeada. Apesar disso, seguindo a tradição, depois de feita a consulta à comunidade acadêmica, as chapas derrotadas usualmente retiram seus nomes da lista para manter a democracia interna da entidade, mesmo que elas ainda possam ser escolhidas pelo presidente. 

Esse processo é organizado pela Comissão Paritária de Consulta (CPC), um colegiado responsável por garantir a participação democrática da comunidade acadêmica na escolha dos próximos dirigentes máximos da instituição. A CPC é composta por representantes da Associação dos Professores (Apufpr), do Sindicato dos Trabalhadores em Educação das Instituições Federais de Ensino Superior no Paraná (Sinditest) e do Diretório Central de Estudantes (DCE). 

Para vencer, não basta que uma das chapas obtenha o maior número de votos no geral, mas sim, que ela seja proporcionalmente mais votada na soma dessas categorias. Os apoios são contabilizados de tal maneira, que a proporção de votos recebidos por uma chapa em cada um dos segmentos da universidade é multiplicada por um terço e depois agregada em uma porcentagem final. 

Assim, se um candidato obteve 30% dos votos dos docentes, 60% dos servidores técnicos e 66% dos estudantes, ele termina a votação com 52% e portanto sai vencedor. No caso de nenhuma das três chapas atingir 50% mais um dos votos – seguindo a lógica proposta – será realizado um segundo turno da eleição nos dias 18 e 19 de setembro.  

Como ocorre a votação

Nesta eleição, os votos serão apurados pela plataforma digital Helius Voting, que já foi utilizada por outras universidades públicas brasileiras, como a Universidade de São Paulo (USP) e a Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Para participar, o eleitor deve acessar um link enviado para o seu e-mail institucional. Após entrar, ele é guiado por uma cabine de votação digital, onde escolhe sua opção de chapa e pode revisar o voto antes de confirmar. Um código de rastreamento é gerado ao final do processo para auditoria. No caso de servidores aposentados e da EBSERH, é importante ressaltar que aqueles que não tiverem feito cadastro prévio, ativando os seus e-mails institucionais, não conseguem votar agora. 

Em nota publicada no dia 21 de agosto, a CPC garantiu que esse sistema de votação remota é seguro e inviolável, e que o processo eleitoral contará com apoio técnico da Agência de Tecnologia da Informação e Comunicação da UFPR (Agtic). Na publicação (disponível aqui), a comissão também se esclareceu diante da acusação de que esse método prejudicaria os servidores que precisaram realizar uma etapa a mais para participar do processo eleitoral, ativando os seus e-mails. Com isso, foi lançada uma campanha direcionada a esses votantes para que todos participassem. 

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