G20 consagra Brasil como protagonista mundial

O Brasil e o presidente Lula saem fortalecidos após a realização do G20, nesta semana, no Rio de Janeiro, e reconhecidos como protagonistas na geopolítica mundial. Os principais avanços aconteceram com o lançamento da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, iniciativa liderada pelo Brasil, e por meio da unanimidade na Declaração de Líderes, assinada até mesmo pelo presidente da Argentina Javier Milei.

O documento reúne todos os pontos de concordância dos países participantes do grupo, entre eles o pedido de cessar-fogo em Gaza e no Líbano, alvos de ataques israelenses, e uma “paz justa” na Ucrânia, que luta contra a invasão russa. Bandeiras importantes para o Brasil, como o trecho sobre a taxação global dos super ricos, também entraram no documento.

A Cúpula de Líderes do G20 marcou também o lançamento da Aliança Global Contra a Fome. Construída ao longo de um ano, a partir de um processo de diálogo e colaboração, a Aliança nasce com 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, nove instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais. Essa iniciativa inovadora visa acelerar os esforços globais para erradicar a fome e a pobreza, prioridades centrais nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 1 e 2. 

O presidente Lula declarou: “Enquanto houver famílias sem comida na mesa, crianças mendigando nas ruas e jovens sem esperança de um futuro melhor, não haverá paz. Sabemos, pela experiência, que uma série de políticas públicas bem desenhadas, como programas de transferência de renda, como o ‘Bolsa Família’, e refeições escolares nutritivas para crianças, têm o potencial de acabar com o flagelo da fome e devolver a esperança e dignidade para as pessoas.”

Em 2024, os membros do G20, países parceiros e organizações internacionais trabalharam conjuntamente em uma força-tarefa dedicada à elaboração da estrutura fundacional da Aliança, que foi endossada por unanimidade durante a Reunião Ministerial do G20, no Rio de Janeiro, em julho.

A liderança do Brasil na força-tarefa envolveu uma coordenação próxima entre vários ministérios, incluindo o do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Relações Exteriores e Fazenda, além de contribuições do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“Vivemos hoje um marco histórico. A Aliança que construímos juntos, a partir da visão do presidente Lula, está agora pronta para transformar vidas e construir um futuro livre da fome e pobreza extrema”, afirmou o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias. “Este não é apenas mais um fórum de discussão, é um mecanismo prático para canalizar conhecimento e financiamento de forma eficaz e alcançar aqueles que mais precisam”, enfatizou.

Desde julho, a Aliança está aberta a adesões de membros para além do G20. Brasil e Bangladesh foram os primeiros a aderir, seguidos por todos os membros do G20, incluindo a União Africana e a União Europeia, assim como vários países de todos os continentes. Os membros fundadores também incluem grandes organizações internacionais, bancos de desenvolvimento e entidades filantrópicas. Organismos-chave da ONU, como a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), a Organização Internacional do Trabalho (OIT), Unicef e o Programa Mundial de Alimentos (WFP) também aderiram.

A lista conta ainda com instituições financeiras como o Grupo Banco Mundial e bancos de desenvolvimento regionais, incluindo o Banco Africano de Desenvolvimento (AfDB), o Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB), o Banco Europeu de Investimentos (BEI) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Organizações filantrópicas como a Fundação Rockefeller, a Fundação Bill & Melinda Gates e a Children’s Investment Fund Foundation também fazem parte da iniciativa.  

A adesão à Aliança segue aberta e é formalizada por meio de uma Declaração de Compromisso, que vai além de uma declaração simbólica para incorporar uma dedicação genuína à ação. Ela define compromissos gerais e personalizados, alinhados com as prioridades e condições específicas de cada membro. As Declarações de Compromisso são voluntárias e podem ser atualizadas conforme as circunstâncias evoluem.

China

Para estabelecer as sinergias entre o Novo PAC, o Plano Nova Indústria Brasil, o Plano de Transformação Ecológica, o Programa Rotas da Integração Sul-americana e a Iniciativa Cinturão e Rota, o Governo Federal firmou com o governo da China um Plano de Cooperação, durante a visita do presidente da República Popular da China, Xi Jinping, a Brasília, nesta quarta (20).

Os países assinaram 37 acordos, para alicerçar a cooperação pelos próximos 50 anos em diversas áreas. Um dos memorandos foi assinado pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa, e pelo presidente da Comissão de Desenvolvimento e Reforma da China, Zheng Shanjie, para identificação de projetos interesse comum.

“Nós assinamos um documento para reafirmar e colocar no andar de cima a relação Brasil-China. Estamos formando uma força tarefa com dois focos, um para acelerar a integração econômica, de investimentos e financeira, e o outro com ações estratégicas para integrar cadeias produtivas, cooperação na área de desenvolvimento tecnológico, de transição energética e ecológica”, explicou o ministro Rui Costa.

Entre os objetivos prioritários brasileiros das relações com a China estão a diversificação da pauta exportadora; a atração de investimentos; e o melhor aproveitamento das potencialidades de cooperação bilateral em ciência, tecnologia e inovação e em áreas como saúde, cultura, turismo e meio ambiente.

“A nossa expectativa é grande. O quanto isso vai poder gerar de atividade econômica no Brasil, com aumento das exportações, aumento de investimento aqui no país com a instalação de empresas que farão parcerias com empresas brasileiras”, comentou, durante entrevista nesta quinta-feira (21/11).

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