De acordo com dados divulgados pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), Curitiba tem um déficit habitacional de mais de 90 mil moradias. Segundo a pesquisa, 43.461 famílias vivem em alguma das 322 favelas espalhadas pela capital paranaense e outras 7.400 famílias moram em um dos 93 loteamentos irregulares da cidade.
O estudo mostra ainda que existem 58.781 famílias na fila de uma casa popular da Cohab, destacando a urgência da demanda por moradias na cidade. Parlamentares paranaenses requisitaram há meses os números atualizados dos dados referentes ao déficit habitacional na capital paranaense.
Em 2023, foi protocolado um expediente oficial à Prefeitura de Curitiba solicitando informações referentes a quantidade de favelas e loteamentos irregulares existiam na capital. O pedido não foi respondido. Além disso, tramita na Assembleia Legislativa do Paraná um projeto de lei que estabelece que todos os municípios tornem públicos os números referentes a filas por moradias.
Problema social
Enquanto o déficit habitacional cresce, a prefeitura permanece omissa em relação a ações de despejo centenas de famílias.
Na semana passada, 200 famílias de Curitiba ficaram sem ter onde morar, após a ação de despejo forçado da ocupação Resistência Forte. “Condenamos e acusamos o governo Ratinho Jr, o prefeito Rafael Greca e seu ‘prefeiturável’ vice Eduardo Pimentel pela negligência com o destino de 200 famílias”, afirma a Frente de Organização dos Trabalhadores FORT, organização que luta por moradia. “O que causa indignação é o fato de que as famílias não tiveram direito a qualquer processo de mediação e negociação”, completa o @fort_org.
Outra ocupação que causa preocupação é da rua Olga de Araújo Espíndola, no bairro Novo Mundo. Oito famílias estão à beira do despejo. A reintegração de posse já foi expedida.
Algumas famílias residem no local há mais de 20 anos. Os moradores buscam uma solução, mas dizem que Associação de Moradores, responsável legal pelos espaços, não quer negociar.
Segundo o Fort, Curitiba e o Paraná seguem sendo desiguais, com enorme déficit de moradi. “Ao mesmo tempo em que não se aplicam políticas públicas, as companhias Cohab e Cohapar são inoperantes, e salta aos olhos a especulação imobiliária. Gente sem casa e muitas casas sem gente. Seguiremos na resistência, ao lado das organizações da campanha Despejo Zero e com todas as forças sociais do estado”.