Um caso registrado no Colégio Cívico-Militar General Osório, de Ponta Grossa, revoltou a comunidade escolar. Uma estudante de 12 anos teria sido vítima de assédio praticado por um coronel, que ocupa o cargo de monitor cívico-militar. A família da jovem ainda denuncia uma possível coação e negligência por parte da direção da escola.
O caso teria ocorrido durante visita ao Zoológico Municipal de Curitiba. Conforme boletim de ocorrência registrado pela família da vítima, no translado o coronel teria abusado da estudante, importunando-a durante o passeio e tentando agarrá-la. Conforme relatos, ele só parou após ação dos colegas da jovem.
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De acordo com relato da vítima, as diretoras do colégio deixaram de prestar auxílio à estudante e não comunicaram o caso imediatamente às autoridades competentes. Uma das diretoras teria impedido a jovem de reportar o fato à mãe, tomando o celular das mãos dela e mantendo-a trancada na sala da direção.
A família da vítima registrou boletim de ocorrência e participou de uma manifestação contra o assédio neste sábado, dia 22. Na sexta-feira, 21, ocorreu uma manifestação de estudantes dentro do colégio.
A mãe da vítima diz que buscará justiça. “Estou indignada. Minha filha chegou em casa chorando. A escola não me chamou e não comunicou a polícia nem o Conselho Tutelar. Quero justiça e que ele pague pelo que ele fez”..
Denúncia
A deputada Ana Júlia Ribeiro (PT) protocolou nesta sexta-feira, dia 21, um pedido de informações junto às secretarias de Educação e de Segurança Pública, no qual cobra providências das pastas em relação ao caso.
“Tais fatos são estarrecedores, absurdos e enojam toda a comunidade paranaense! É inadmissível o comportamento do coronel, assim como das diretoras que se omitiram e tentaram protegê-lo. Exigimos a tomada de medidas disciplinares cabíveis”, afirma a deputada.
Para a deputada Ana Júlia, é fundamental que as SEED e SESP se manifestem urgentemente sobre os fatos, informando quais medidas estão sendo tomadas. Ela também pede a instauração de procedimento administrativo disciplinar para punir os envolvidos, afastando todos cautelarmente, impedindo-os de assumir quaisquer cargos vinculados à educação, principalmente no caso do coronel denunciado.
O caso também foi informado pela deputada ao Ministério Público.
Seed
Em nota, o Núcleo Regional de Educação afirmou que a situação foi reportada ao Núcleo Regional de Educação (NRE) de Ponta Grossa na última quarta-feira (19), que imediatamente afastou o denunciado de suas atividades. “Na quinta-feira (20) foi mobilizado equipes do departamento de Direitos Humanos, da Ouvidoria e da Coordenação de Processo Administrativo Disciplinar do NRE à escola, para oitiva e apuração dos fatos junto à direção da instituição. Caso reste comprovada a alegação relatada, os devidos encaminhamentos disciplinares serão conduzidos em relação ao colaborador alvo da denúncia”.