Neste sábado (9) a 9ª Marcha do Orgulho Crespo reuniu cerca de 2 mil pessoas no centro da cidade. A marcha, organizada por diversos movimentos sociais e contando com a participação de parlamentares e do bloco Afropretinhosidade, é parte das celebrações do mês da Consciência Negra na cidade. Este ano, pela primeira vez, o 20 de novembro será feriado nacional, graças à lei aprovada recentemente no Congresso Nacional.
Entre os participantes do evento, esteve a professora e socióloga Diva Daiana, suplente de vereadora pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que faz parte da diretoria do bloco Afropretinhosidade. Ela enalteceu o momento como essencial para a visibilidade da cultura negra em Curitiba.
Para ela, a marcha e o ENEM revelam uma consciência social crescente sobre a importância de debater e valorizar as raízes e as lutas do povo negro no Brasil. “A marcha não é só um movimento, é uma forma toda população é uma ação de reivindicação e de orgulho da nossa história, da nossa cultura. Em Curitiba, que ainda sofre com apagamentos e invisibilizações, a gente leva nossa cor, nossa estética e nossa voz para as ruas, e mostra que estamos aqui, que nossa história importa”, disse.
“Quando eu falei sobre a redação do ENEM com meus alunos, foi exatamente sobre essa necessidade de diálogo – a juventude precisa se reconhecer na história do Brasil, precisa ver que o racismo ainda está aqui, nas escolas, nos espaços públicos”, completou.
“O evento é pra mostrar que meu cabelo não é ‘bombril’. A marcha é reforçar a lei 10.639 para mostrar que a educação antirracista vai além da escola. A professora também reiterou a presença de crianças negras e também brancas na marcha. “Esse evento me trouxe esperanças ao ver crianças negras e brancas dançando juntas ao som do Afropretinhosidade, para que em um futuro essas crianças não sejam os algozes e nem as vítimas do racismo”, afirmou.
A vereadora Giorgia Prates (PT), também presente no evento, reforçou a importância da marcha no combate ao racismo e na promoção da dignidade e autonomia da população negra em Curitiba. “A marcha é um movimento essencial para transformar o cenário local e combater a invisibilidade que atinge a população negra. É uma forma de ocuparmos as ruas e mostrarmos que nossa presença é significativa, que precisamos avançar em políticas públicas efetivas. Não se trata apenas de uma marcha, mas de dignidade e respeito”, afimou a vereadora.