Em vez do estouro de “Alegria, Alegria”, que abria os shows da turnê com Maria Bethânia, Caetano Veloso escolheu um caminho mais sutil no Festival Coolritiba, neste sábado (17). Começou com “Branquinha”:
“Eu sou apenas um velho baiano / Um fulano, um Caetano, um mano qualquer / Vou contra a via, canto contra a melodia / Nado contra a maré”.
O show seguiu nessa toada: um repertório longe do óbvio, costurado por escolhas delicadas — mas com espaço para alguns clássicos.
Foi uma apresentação bonita, contida e, por vezes, surpreendente. Mais uma prova do gigantismo de Caetano Veloso em cena.
Não, não teve “Leãozinho”, “Oração ao Tempo”, “Você é linda” nem “Você Não Me Ensinou a Te Esquecer”. Mas teve “Vaca Profana” (em homenagem a Gal Costa), “Reconvexo” e uma emocionante versão de “Sozinho”, em dueto com Liniker, que havia se apresentado momentos antes.
Também entrou no setlist uma belíssima interpretação de “Eclipse Oculto”, de Cazuza. E mais: “Divino Maravilhoso”, “Podres Poderes”, “Anjos Tronchos”, “Uma Baiana”, “Muito Romântico”, “Não Enche”, “Queixa” e “É Hoje” — o samba-enredo que celebra o “dia da alegria”.
Um dos pontos altos da noite foi o coro coletivo de “Sem anistia”, puxado por Caetano e ecoado pela plateia.
Se o espetáculo foi bem diferente da turnê com Bethânia, o encerramento trouxe uma familiaridade: “Odara”, para deixar tudo “joia rara”.
Com direção musical de Lucas Nunes, guitarrista da banda, o novo show — que teve Curitiba como ponto de partida — é poético, sutil e surpreendente. E talvez o fato de não ser óbvio seja sua maior beleza.
Uma resposta
Caetano. Uma Coluna Firme. Tem tudo dum Ser Humano dE Muita Luz. A Nação BRASILEIRA Agradece Caetano Pelo Manifesto Popular: sem anestia. Obrigado Caetano!!! / Luiz Paulo