A cesta básica teve alta em agosto. Em setembro, além do aumento nos produtos básicos, é possível notar outros itens em que a valorização dos preços assustou. É o caso do queijo.
O custo da cesta básica subiu em 13 capitais brasileiras no mês de agosto, pressionada, principalmente, pela alta nos preços do óleo de soja e leite.
Os dados foram divulgados pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) nesta semana. Em São Paulo, a cesta custou R$ 539,95, com alta de 2,90% na comparação com julho. No ano, o preço do conjunto de alimentos aumentou 6,60% e, em 12 meses, 12,15%.
O DIEESE estima que o salário mínimo necessário para a aquisição básica de alimentos deveria ser equivalente a R$ 4.536,12, o que corresponde a 4,34 vezes o mínimo vigente de R$ 1.045,00. O cálculo é feito levando em consideração uma família de quatro pessoas, com dois adultos e duas crianças. O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta, em agosto, foi de 99 horas e 24 minutos, maior do que em julho, quando ficou em 98 horas e 13 minutos.
Motivos
Segundo o Dieese, as demandas interna e externa têm elevado as cotações da soja e derivados. Os preços do leite integral e da manteiga tiveram aumento em 16 e 12 capitais, respectivamente. As elevações nos valores do produto variaram entre 1,43%, em Brasília, e 11,10%, em Curitiba. A necessidade de refazer estoques, a competição por matéria-prima e a baixa disponibilidade de leite no campo culminaram em elevação de preço dos derivados lácteos.
Não é só o grosso
A mordida no bolso do consumidor não aconteceu em relação aos produtos básicos. Outros itens que não entram no estudo, mas que são amplamente consumidos no país, também apresentam preços altos. É o caso do queijo. Na capital paranaense, o Revérbero constatou, em pesquisa feita junto a supermercado da cidade, que o preço do KG do produto partir de R$ 36, neste sábado.
Em relação ao “grosso”, o leite estava na casa dos R$ 3,69.Já o tomate (italiano) apresentava preço de 7,25 o quilo e o pão francês, R$ 28.
O pão está caro
De julho para agosto, o valor do pão francês subiu em 13 cidades e variou de 0,23%, em São Paulo, a 9,78%, em Salvador. Em Belo Horizonte e Belém, o preço não variou. As quedas aconteceram em Florianópolis (-0,86%) e Curitiba (-1,41%). As cotações dos derivados de trigo tiveram aumento devido à valorização do dólar diante do real.
Churrasco quase um luxo
Em 12 capitais, o valor médio da carne bovina de primeira registrou alta: variou de 0,59%, em Aracaju, a 8,89%, em Campo Grande. Em Natal, o preço apresentou estabilidade e, em outras quatro cidades, houve queda: Porto Alegre (-0,55%), Vitória (-0,59%), Florianópolis (-0,90%) e Brasília (-1,35%). A baixa oferta de animais para 4 abate no campo e o desempenho recorde das exportações, em especial para a China, resultaram em preços elevados.
Se a crise está feia, vá de feijão e batata
No outro polo da balança, as quedas mais proeminentes ocorreram nos preços do feijão e da batata. O preço do grão teve queda em 14 capitais. O tipo carioquinha, pesquisado no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e São Paulo, variou entre -25,53%, em Campo Grande, e -1,47%, em Brasília. Já o custo do feijão preto, pesquisado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, subiu em Porto Alegre (5,00%), Curitiba (3,27%) e na capital fluminense (0,82%). Já em Vitória (-1,41%) e Florianópolis (-1,96%), o valor médio diminuiu.
A batata, pesquisada no Centro-Sul, teve o custo reduzido em todas as cidades. As quedas oscilaram entre -0,52%, em Vitória, e -27,35%, em Curitiba. Mesmo com a demanda retraída, o avanço da colheita elevou a oferta do tubérculo e os preços caíram.
A dupla mais conhecida do Brasil – o arroz e feijão – está com a cachê mais caro. Enquanto o feijão desvalorizou-se em algumas cidades, o preço médio do arroz agulhinha registrou alta em 15 capitais, com destaque para Porto Alegre (17,91%), Campo Grande (13,61%) e Goiânia (10,56%), ficou estável em Curitiba e recuou -1,45% em Brasília.
Com informações do Dieese