Econorte quer prestar serviços de graça, por um ano, sem cobrança de pedágio, para cobrir custos de um viaduto que não realizou. Mas ainda assim, sairia devendo R$ 731 milhões.
Os contratos de pedágio vencem no próximo dia 27 de novembro e, mesmo com a garantia do Governo de que não serão renovados, há um impasse que precisa ser resolvido no Paraná. Trata-se de uma série de obras que não foram realizadas pelas concessionárias, ao longo de 25 anos, que juntas somam quase 10 bilhões de reais. Porém, mesmo sem o anúncio oficial de como será cobrado esse débito, alguns acordos já começam a aparecer.
Na última semana, a Econorte já teria anunciado um acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná, para continuar prestando atendimento, por mais um ano, com serviços de guincho e ambulâncias, em 342,47 quilômetros de rodovias do Norte do Estado, sem a cobrança de pedágio. Em troca, a concessionária deixaria de executar um projeto antigo, que previa a construção de um viaduto na entrada do município de Jacarezinho, com valor estimado em R$ 14 milhões.
Mas a dívida da concessionária é ainda maior. Segundo levantamento realizado pela Agepar e divulgado no início deste ano, ao longo do período de vigência do contrato, a Econorte teria arrecadado mais de R$ 4,2 bilhões nas rodovias da região Norte. Desse montante, quase R$ 745 milhões a mais, referente a obras que nunca foram feitas. Uma delas, o viaduto no trevo da Rodovia Transbrasiliana com a Rua Fernando Botareli, em Jacarezinho.
Diante dessa diferença de valores, o deputado estadual Requião Filho encaminhou ofício ao Secretário Sandro Alex e protocolou pedido oficial via Lei de Acesso a Informações, para esclarecer esse acordo que ainda deve deixar um débito de R$ 731 milhões ao Estado do Paraná.
“Queremos saber quais os critérios adotados pelo Estado para firmar esse acordo, que apenas favorece a concessionária. Queremos ter acesso a cópia desses documentos que fundamentaram a validação desse agrado ou como será feito o pagamento do restante dos valores”, justificou Requião Filho.