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“A Lei é para todos”, diz Requião Filho sobre cassação de Deltan

“Deltan sabia que estava burlando e tentando fugir nas entrelinhas da Lei, sabia que seria cassado mais dia, menos dia”, afirmou Requião Filho

“A Lei é para todos. Por que não seria para Deltan? Por que não seria para Sérgio Moro?”. Foi usando a máxima da “República de Curitiba” que o deputado Requião Filho (PT) comentou a cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Por unanimidade, o TSE entendeu que Deltan cometeu irregularidade ao pedir exoneração do cargo de procurador da República enquanto ainda respondia a 15 processos administrativos, agindo “para fraudar a lei, uma vez que praticou, de forma capciosa e deliberada, uma série de atos” para não ficar inelegível.

Em discurso na Assembleia Legislativa (Alep) nesta quarta-feira (17), o líder da oposição criticou a hipocrisia do “cidadão de bem” que exige o rigor da Lei para um adolescente que furta um chocolate, ou uma mãe que furta um pacote de fraldas, mas defende que a Lei seja “esticada, alterada” para absolver Deltan.

“Quando Deltan sofre o rigor da Lei, eu lembro da máxima da República de Curitiba. A Lei é para todos. Por que não seria para ele, não seria para Sérgio Moro? Exigem o rigor da Lei para um adolescente que foi pego furtando um chocolate, mas pedem que a Lei seja esticada, alterada, para beneficiar Deltan? Cidadão de bem é quem que quer o rigor da Lei apenas para aqueles que não estão ao seu lado na sociedade? Sempre que defenderem o rigor da Lei, que defendam o rigor da Lei para este cidadão de bem que desvia diária, que faz conluio com Juiz, que tentou alterar os resultados de uma eleição inteira no Brasil, e de certa forma conseguiu; que escolheu políticos a dedo para serem atacados pela Lava Jato com denúncias fraudulentas”, decretou.

O deputado disse que o ex-procurador da República certamente sabia o que estava “burlando e tentando fugir pelas entrelinhas da Lei”, mas apostava que iria escapar por conta da morosidade e do corporativismo da Justiça.

“Ele, como membro do MPF, sabia que o que estava fazendo levaria à cassação, sabia que estava burlando e tentando fugir nas entrelinhas da Lei. Sabia que seria cassado mais dia, menos dia. A morosidade da Justiça não atendeu Deltan e sua farra de diárias, não atendeu seu ódio político, revelado nas mensagens trocadas entre ele e seus colegas sobre como perseguir este ou aquele político no Paraná porque não ajudava aos seus objetivos. Agora dizem: ´cassaram Deltan em um minuto e vinte sete segundos!´. Ninguém reclamava quando Sérgio Moro, em conluio com o MPF na Lava Jato, sentenciava cinco minutos após as alegações finais. Era Justiça sendo feita.

Ninguém reclamava quando o TRF analisava milhares e milhares de páginas do processo em tempo recorde. Era Justiça sendo feita”.Por fim, Requião Filho lamentou que “334 mil paranaenses” tenham sido “ludibriados e enganados pela veste de bom menino de Dallagnol”. “Ele ainda vai responder ainda pelas diárias desviadas, pelo dinheiro arrecadado por um fundo da Lava Jato, por delações premiadas e acordos de leniência que estão sendo questionados”.

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