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Morre o poeta Batista de Pilar, referência da literatura marginal curitibana

O poeta Batista de Pilar morreu, nesta quarta-feira, 21 de junho, aos 63 anos. Conhecido na literatura marginal curitibana, Batista publicou, entre outros, os livros “Poesia nossa de cada dia”, “Três Marias e outros poemas”, “Impacto de vozes”, “Príncipe sem trono” e “A Nona Cartada”.

Batista de Pilar. Foto de Alice Rodrigues

A Fundação Cultural de Curitiba lamentou a morte do artista. “Todos nós da Fundação Cultural, que estávamos acostumados a ver Batista circular no calçadão do Largo da Ordem e em vários espaços culturais, com seus livros e poemas, lamentamos a sua partida. Curitiba perde um de seus mais inspirados poetas”, declarou a presidente da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Cristina de Castro.

Batista de Pilar nasceu em Santa Isabel do Oeste (PR) e, em Curitiba, começou a divulgar sua poesia de forma independente, produzindo os seus próprios livros com ajuda de amigos. Ele frequentava a Feira do Poeta desde os primeiros tempos, quando o espaço dispunha de prensas tipográficas para impressão de poemas. Como tipógrafo, ajudou a produzir livros de vários autores.

“Aqui a poesia é democrática”, afirmou certa vez, quando a Feira do Poeta reabriu suas portas depois de um período em que permaneceu sem atividades. Ele também participava de rodas de leitura, saraus de poesia e dos encontros “Cutucando a inspiração”, organizados por Geraldo Magela, poeta falecido recentemente.

Batista de Pilar também fazia performances poéticas na Biblioteca Pública do Paraná e na Feira do Largo da Ordem. Durante muitos anos escreveu para a revista Agendarte.

Em seu livro “Nona Cartada”, Batista de Pilar escreveu sobre a vida:
 

Chave

Que abre portas
decifra mistérios
fecha celas.
Se perdida
uma simples cópia
é a solução.

Existe uma chave
sem retorno
se for perdida
É a chave
da porta da vida.

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