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Dia do Poeta da Literatura de Cordel: um dos maiores tesouros da cultura popular brasileira

Capa do livro Um Encanto de Cordel

O poeta da literatura de cordel emprega rimas, versos, ilustrações e uma profunda inspiração para criar obras e perpetuar uma tradição que atravessa as regiões do Brasil. Esse fascinante gênero literário recebeu seu nome devido à forma como os poetas o difundiam: através de folhetos expostos à venda, pendurados em barbantes, cordas ou “cordéis”. Assim, essas composições ganhavam vida e alcance, conquistando o coração do povo com suas histórias cativantes e autênticas.

Ela chegou ao nordeste brasileiro no século XVIII, por influência dos portugueses. Hoje temos um dia específico para comemorar – 1º de agosto é o Dia do Poeta de Literatura de Cordel, uma data que celebra não apenas a rica cultura nordestina, mas também homenageia aqueles que mantêm viva a tradição e a essência dessa forma única de expressão artística.

Curiosidades a parte, este dia é uma ótima chance para compartilharmos e mantermos as tradições de leitura de Cordel. Então, que tal pegar um livro na BibliON e ler juntinho com uma pessoa querida?

Confira as indicações da BibliON:  

Um encanto de cordel – Vários autores
No dia 19 de setembro de 2018, a literatura de cordel foi reconhecida pelo Conselho Consultivo do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro, em reunião ocorrida na sede da Academia Brasileira de Literatura de Cordel, que foi fundada em 1988, no Rio de Janeiro, e contou com a presença de representantes da mesma e do Ministério da Cultura. Popular no Norte e Nordeste do Brasil, a literatura de cordel se espalhou por todo país, por causa do processo de migração populacional. Em Pernambuco, o gênero tem destaque em festivais com o Museu do Cordel Olegário Fernandes, em Caruaru. Em 2005, foi criada a Academia Caruaruense de Literatura de Cordel (ACLC), que tem por objetivo valorizar os poetas do passado e incentivar os futuros cordelistas. Apesar de sua popularização no Brasil, a literatura de cordel teve início com o romanceiro luso-holandês da Idade Contemporânea e do Renascimento. Os poetas portugueses tinham por hábito comercializar seus poemas em folhetos pendurados em cordões, que lá eram chamados de cordéis. Foram os portugueses que trouxeram o cordel para o Brasil desde o princípio da colonização. Na segunda metade do século XIX, foram feitas as primeiras impressões de folhetos brasileiros, com características próprias do nosso povo, com temas que incluem fatos do cotidiano, episódios históricos, política, lendas locais, histórias religiosas e entre outros. Tradicional em todo o país, os cordéis são populares em feiras, bancas de jornal e em pequenas vendas, entretanto, são raros os livros que podem ser encontrados em livrarias. Essa obra é uma iniciativa para ampliar ainda mais a disponibilidade da literatura de cordel no país, contando com vários cordéis de autores diferentes.

A lenda do violeiro invejoso – Fábio Sombra
Marcolino e Balbino são irmãos gêmeos, órfãos e foram criados pelo padrinho, mestre Juvenal, o maior contador de todos os tempos, que desde cedo os ensinou a fazer versos e tocar a viola. Marcolino, no entanto, sempre demonstrou capacidade superior à do irmão, e aos doze anos, consumido pelo ciúme e pela inveja, Balbino decide vender a alma ao Diabo em troca de talento insuperável. Mestre Juvenal logo desconfia da habilidade repentina do menino e, quando descobre o que o afilhado fez, o expulsa de casa. Antes de partir, Balbino acerta a cabeça do irmão durante uma briga, levando consigo a luz de seus olhos – Marcolino agora está cego. Alguns anos depois, Juvenal pede a Marcolino que vá atrás de Balbino, a fim de detê-lo em sua maldade. Marcolino acaba chegando ao Reino de Barabu, um lugar encantado escondido no meio do sertão brasileiro. Lá, Marcolino vive muitas aventuras empolgantes e por fim terá que disputar versos com o irmão. Entre o bem e o mal, quem vencerá esse duelo? A lenda do violeiro invejoso reúne paixões antigas do autor Fábio Sombra: viola caipira, folhetos de cordel e a capacidade de superação das pessoas portadoras de deficiência. Um romance destinado ao público jovem e que concilia diversos elementos da cultura brasileira.

A Volta ao mundo em oitenta dias em cordel – Júlio Verne

A volta ao mundo em oitenta dias, o engenhoso romance escrito por Júlio Verne em 1873, chega enfim ao cordel. Acompanhe as aventuras do imperturbável cavalheiro inglês Fileas Fogg ao lado de seu astuto criado Passepartout, por lugares até então pouco conhecidos pelos europeus do século XIX, nos versos do poeta Pedro Monteiro. Da obra de Júlio Verne Serei fiel ao roteiro, Nos passos de Fileas Fogg O notável cavalheiro, Reescrevendo a história deste grande aventureiro.

O Pequeno Príncipe em cordel – Josué Limeira

Transposição do clássico de Antoine de Saint-Exupéry para o ambiente nordestino, O pequeno príncipe em cordel se oferece ao leitor, com fidelidade ao enredo original, em nova roupagem, singular e comovente. A história do “menino de cabelos amarelos”, que carrega consigo fortes referências sobre o lugar de onde veio e não desiste de buscar respostas, nem acredita em outro sentido para viver senão o amor, é no fundo uma história sobre seres humanos que creem em riquezas, como amor, amizade, delicadeza e fidelidade. Tesouros que não precisam ser buscados em outros planetas: estão bem aqui perto e nos fazem únicos no mundo, assim como a rosa do pequeno príncipe. Finalista do 58º Prêmio Jabuti, em 2016, na categoria “Adaptação de obra literária”, este livro, em edição revista, vem agora enriquecer o catálogo da Yellowfante.

O Menino do Dinheiro em Cordel -Reinaldo Domingos
Quando o menino do dinheiro nasceu como personagem, saiu pelo mundo ensinando às crianças um jeito todo dele de realizar sonhos. Agora, crescido e dono do seu próprio nariz, foi parar no Nordeste, essa terra tão cheia de belezas e de gente criativa. Conduzido pela poesia de José Santos e pelos ensinamentos de Reinaldo Domingos, se embrenhou pelos cenários desenhados por Luyse Costa. em meio a mandacarus e violeiros, descobriu o universo do cordel e presenciou um desafio e tanto: o embate entre dois repentistas sabidos e cheios de palavras. A obra foi contemplada no PNLD Literário 2018.

O rapto do galo – Fabiana Karla

Às vésperas do Carnaval, o Galo da Madrugada desaparece. O rapto do símbolo do bloco pernambucano, que arrasta mais de dois milhões de pessoas todos os anos pelas ruas do Recife, é o ponto de partida para a preciosa homenagem de Fabiana Karla ao folclore de sua terra natal. Em sua estreia na literatura, a atriz e comediante compôs um cordel contemporâneo enriquecido com as xilogravuras e os retalhos de chita de Rosinha, premiada ilustradora, também pernambucana, vencedora do Prêmio Jabuti. Após o sumiço do Galo na Ponte Duarte Coelho, o Momo se recusa a abrir o Carnaval. Mesmo com as ruas enfeitadas, o povo fantasiado e o frevo tocando, a festa é suspensa. Todos se juntam para procurá-lo. O cortejo do Maracatu vai a Olinda falar com o Homem da Meia-Noite e a Mulher do Dia, e passa por Caruaru para colher mais informações com os bonecos de barro do mestre Vitalino. Com medo do Papa-Figo, os Caboclos de Lança pensam em desistir. Até que o Cirandeiro tem um plano infalível. Com a mesma leveza e o humor que caracterizam seu trabalho como atriz, Fabiana Karla recupera a tradição oral nordestina e transporta os pequenos leitores para um delicioso desfile de personagens e cores. Ao som do coco, da ciranda e do frevo Vassourinhas, O rapto do Galo apresenta as histórias que Fabiana ouviu da avó, Zulmira, e a riqueza do folclore pernambucano, dissecado em um glossário sobre ritmos, artistas e costumes populares.

Para utilizar o serviço gratuito, basta que os interessados acessem www.biblion.org.br ou baixem o aplicativo BibliON, disponível no Google Play e na Apple Store e realizem um breve cadastro. O usuário pode fazer empréstimos de até duas obras simultâneas, por 15 dias. A BibliON permite, ainda, ações como organizar listas, adicionar favoritos, compartilhar um livro como dica de leitura nas redes sociais, fazer reservas, ver histórico e sugerir novas aquisições. Por meio de princípios de gamificação, os associados conseguem acompanhar as estatísticas do tempo dedicado à leitura e participar de desafios. 

O sistema de busca permite a  utilização de diversos filtros, como tema, autor, categoria ou título. É possível ler em dispositivos móveis, sem a necessidade de usar dados do celular, por meio do download prévio do título ou, ainda, ajustar o tamanho da letra e o contraste da tela; escolher diferentes modos de leitura para dia ou para noite e acionar a leitura em voz sintetizada, para saída em áudio do texto.

A BibliON, biblioteca digital gratuita de São Paulo, é uma iniciativa da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo sob gestão da SP Leituras. 

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