**

F60.3 projeção de vídeodança em fachada de prédio acontece em Curitiba

Assessoria

Foto: Gus Banke

Que tal conferir uma apresentação de dança exibida na fachada de um grande prédio? Essa é a
proposta do F60.3, projeto artístico que une dança, o audiovisual e as artes visuais para dialogar com o público sobre transtornos mentais.

O F60.3 terá circulação em Curitiba, na fachada lateral da Caixa Cultural, na esquina das ruas Conselheiro Laurindo e a Marechal Deodoro. Com quatro exibições, sendo duas diárias nos dias 21 e 22 de setembro às 19h00 e 19h30. O evento é gratuito e livre para todos os públicos.

F60.3 se refere ao código de Classificação Estatística Internacional de Doenças, o CID, do Transtorno de Personalidade Borderline (TPB), um transtorno mental que costuma causar um padrão de instabilidade comportamental nas relações interpessoais, na autoimagem e nos afetos. A pessoa com Borderline, apresenta sintomas de agressividade, visão distorcida de si e dos outros, medo do abandono ou de ficar sozinho e reações agressivas intensas.


“O transtorno de personalidade Borderline é um tema de saúde mental muito delicado e
sensível. E nada mais sensível do que a dança para contar essa história. Eu gostaria de trazer
algo poético, para mostrar um pouco de como é ser Border, da maneira mais linda possível. É
uma forma de chamar a atenção para que as pessoas passam a olhar para esse tema. É sempre
muito bom quando podemos juntar as manifestações artísticas como discussão de temas que
são relevantes para a sociedade” disse a realizadora do projeto Kathyn Carvalho.


F60.3 surgiu através da bailarina Kathyn, que durante a pandemia foi acometida pelo
transtorno, e criou a obra para transpor para seu corpo a história sobre o longo tratamento.
Segundo a bailarina, o tratamento influenciou o seu dançar, potencializaram ou paralisaram o
corpo em algum momento, com o surgimento de tremores e a perda do equilíbrio. “Logo do
início do meu tratamento, no meio da pandemia, quando tinha crises muito fortes e estava
tentando me adaptar aos remédios, veio a vontade de registrar esses momentos. Comecei a
fazer anotações das minhas sensações, dos meus pensamentos e do meu dia a dia. Foi a dança
que me manteve nesses momentos, daí veio o start de juntar o que mais gosto de fazer com
um tema ainda pouco falado”, comentou Kathyn.


E para atingir o maior número possível de público, a exibição entrou em circulação no Paraná,
passando por Londrina, Maringá, Cascavel, Toledo e Foz do Iguaçu e agora é a vez de Curitiba
receber o espetáculo. A obra de vídeodança tem a duração de 22 minutos e é exibida de uma
forma inovadora, democrática e gratuita, através da Lumibike, uma bicicleta projetor que
funciona com energia solar. Durante o dia ela capta a luz solar e armazena energia em suas
baterias e a noite ela “devolve” a luz, projetando as imagens através da técnica vídeo mapping,
conhecida como projeção mapeada.


“Essas manifestações artísticas utilizando o espaço público da cidade, uni o público com o tema,
de maneira abrangente, quanto mais democrática puder ser nossa formação de plateia acredito que mais cumprimos nosso papel como artistas, de provocar a aproximação desse público com os movimentos culturais e pautas importantes em cada um desses locais em que apresentamos o projeto”, finalizou a bailarina.

Projeto foi aprovado no Programa Estadual de Fomento e Incentivo à Cultura, PROFICE da
Secretaria de Estado da Cultura do Governo do Estado. O F60.3, conta com apoio cultural do
Campo das Artes, Back Bros, Ave Lola, Caixa Cultural e Apoio da Copel.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *