O governo do Estado concluiu esta semana a consulta pública sobre a implantação do modelo cívico-militar em 126 comunidades escolares. A APP Sindicato comemorou o fato de 44 escolas se oporem à militarização proposta por Ratinho Jr. e optarem pela gestão democrática, mas protestou contra o que chamou de condução autoritária do governo.
“A APP-Sindicato ressalta o avanço da escolha pela continuidade da gestão democrática em 44 escolas (35%), uma evolução significativa em relação à consulta de 2020, quando apenas 12% das comunidades rejeitaram a militarização”, afirma o sindicato em nota.
A APP também salientou que, em Curitiba e na Região Metropolitana, onde vive a maior parte da população, as comunidades derrotaram, em sua maioria, o modelo cívico-militar. “Valorizamos e parabenizamos, em especial, a corajosa e decisiva mobilização dos estudantes em todo o estado”.
Já sobre o as 82 escolas que serão militarizadas, a APP entende que o resultado não pode ser dissociado do caráter antidemocrático da consulta. “Este foi um processo marcado pela condução autoritária do governo, sem prazo para o debate nem espaço para o contraditório, escandaloso uso da máquina pública, episódios de coação e censura a educadores(as) e estudantes, restrição ao voto de alunos(as), entre outras irregularidades que põem em xeque sua legitimidade”.
De acordo com a APP, tais fatos foram amplamente documentados pelo sindicato, que esteve presente nas escolas ao longo de toda a consulta, apesar das práticas antissindicais do governo condenadas pelo Ministério Público do Trabalho.
“É preciso valorizar os(as) pais, estudantes e educadores que travaram essa luta injusta e assimétrica – perdendo ou ganhando. O Sindicato trabalha nas medidas judiciais cabíveis e continua empenhado para derrotar este projeto autoritário e ideológico, restabelecendo a gestão democrática em toda a rede pública”.
Ana Julia A deputada estadual Ana Julia também parabenizou às 44 escolas que, segundo ela, resistiram com coragem ao assédio do governo em sua tentativa de militarização. “Em meio à pressão, vocês foram os guardiões da educação inclusiva, defendendo o direito de cada aluno ser respeitado em sua singularidade”.
Para a deputada, a luta dessas escolas ecoa a voz dos anônimos que, sem holofotes, se dedicam incansavelmente à construção de um futuro mais justo. “A semente plantada hoje é a esperança de uma educação que abraça a diversidade, promovendo o desenvolvimento pleno de cada indivíduo. Essa foi apenas mais um episódio na batalha, a luta pela educação inclusiva continua”.