São muitos os lutos no futebol brasileiro atualmente. O luto por já não sermos a potência mundial de outros tempos e não enxergamos perspectivas de que isso volte a acontecer – considerando a baderna que virou a CBF e seus entraves político-jurídicos. O luto ainda doloroso da morte de Pelé, que parece ter levado com ele a pouca alegria que ainda restava nos jogos da seleção canarinho. E, agora, a partida do ídolo Zagallo – o maior campeão da história da seleção brasileira.
Personagem, por vezes, controverso com seu patriotismo pueril, não dá para negar a importância de velho lobo no futebol nacional. Zagallo e seleção brasileira — esse patrimônio da cultura brasileira capaz de unir a nação – se confundem.
Campeão como jogador em diferentes copas, visionário e inovador como técnico na copa de 1970, personagem presente na conquista do tetra em 1994, finalista em 1998 quando esteve no comando mais uma vez. Espontâneo, carismático e vencedor, deixará saudades.
Como era mais fácil ter de “engolir” Zagallo diante de tudo que vemos hoje. Zagallo tinha uma qualidade inquestionável: levava a sério a amarelinha, algo que não vemos hoje entre cartolas da CBF e nem mesmo entre os atletas que vestem o manto sagrado.
Estão afundando a seleção brasileiro num buraco cada vez mais profundo. Estão desonrando nossos ídolos, entre os quais Zagallo.
O futebol brasileiro está em luto. Mas Zagallo é eterno e seu exemplo de obstinação deve mirar a reconstrução da seleção brasileira.