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Prefeitura no pré-carnaval: muita fiscalização, mas pouca infraestrutura

Muita fiscalização, mas pouca infraestrutura. Assim pode ser resumida a atuação do poder público municipal em relação ao pré-carnaval em Curitiba. Enquanto é comum ver viaturas da Guarda Municipal e fiscais nos locais de folia, os foliões não tem acesso ao básico: nada de banheiros químicos, nem possibilidade de hidratação – neste último caso, fruto do cerco da prefeitura aos vendedores ambulantes.

No último domingo, dia 14, fazia muito sol e calor em Curitiba. Centenas de pessoas ocupavam a XV no ensaio dos Garibaldis e Sacis, o bloco de carnaval mais longevo da cidade e que em 2024 completa 25 anos. O público tinha uma necessidade premente de se hidratar e, naturalmente, usar o banheiro.

Contudo, poucos comércios estavam abertos e as filas tanto para compras, bem como para o banheiro, eram gigantescas. Alguns passaram mais tempo em filas que na folia. Muitos não aguentaram e usaram as ruas para urinar.

Filas nos banheiros particulares. Foto: Eduardo Matysiak

Os blocos carnavalescos e os ensaios de escolas de samba mais uma vez estão embalando o pré-carnaval em Curitiba, levando diversão e cultura popular de graça a milhares de pessoas, na maioria das vezes em locais públicos. O fortalecimento da folia, com surgimento de novos blocos nos últimos anos, contrasta com a atuação, por vezes, omissa da prefeitura de Curitiba.

O combate aos ambulantes não traz resultados positivos a ninguém. Impede as pessoas que querem trabalhar de ganhar um dinheiro honesto e, ao mesmo tempo, dificulta o acesso das pessoas a itens básicos, como água. Nessa segunda-feira, dia 15, centenas de profissionais se manifestaram em frente à prefeitura contra o cerceamento.

Já a presença da Guarda Municipal em si não é ruim. A atuação do poder público, no entanto, não pode se restringir à fiscalização.

A prefeitura costuma fazer uma bela festa nos dias de Carnaval, com muita organização, arquibancadas, banheiros – tudo o que pede um grande evento. Generosidade que parece não ter com o pré-carnaval, manifestação popular que gera empregos, movimenta a economia e promove entretenimento.

É preciso rever isso.

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