Há 25 anos, dona Marina não sabe o que é domingo com a família. Ela é diretora da ong Bicho Urbano, que acolhe cães e promove a adoção dos animais resgatados. Os finais de semana são dia de trabalho e de encaminhar os bichinhos para um novo lar. Atualmente, ela costuma “bater ponto” na Casa do Produtor, em Curitiba.
Os tempos não são promissores. Ela conta que há alguns anos viabilizava a adoção de até 20 cães por semana. Hoje, quando consegue dois é muito.
Os animais são entregues vacinados e castrados, por isso, a ong cobra uma taxa simbólica de adoção. Segundo dona Marina, é comum ela ter que colocar dinheiro do próprio bolso. O restante vem de doações. Quase nada de incentivo do poder público. “Até para conseguir doação de ração está difícil. Pouca gente ajuda. Mas os cães precisam comer todos os dias”, conta.
Até acontecer a adoção, os cães permanecem na casa dela. Alguns vão ficando, por meses e meses. Assim, quando chega um interessado em algum cão, dona Marina sabe dizer exatamente as características do animal. “Este é bem extrovertido e carismático. Temperamento bom. Mas se ver um outro cão na rua, vai latir”, relata a uma criança que estava interessada num animal de pequeno porte com traços de Lhasa Apso.
Para dona Marina, o principal obstáculo à adoção é o comércio de cães de raça. “Os vira-latas não têm vez”, lamenta.
Informações sobre a ONG: https://www.instagram.com/instbichourbano/