Em junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) determinou uma redução média de 3,29% da tarifa de energia cobrada pela Copel (Companhia Paranaense de Energia). No entanto, a empresa questionou a decisão da agência reguladora e conseguiu evitar que a conta de luz ficasse mais barata. A tarifa se manteve a mesma do ano passado.
O Conselho de Consumidores da Companhia questiona a medida e diz que a falta de desconto representa um empréstimo de R$ 450 milhões dos paranaenses para a Copel, que desde o ano passado é uma empresa privada, após processo levado à frente pelo governo de Ratinho Junior.
Para deputados da Oposição no Paraná, a privatização é o motivo para a Copel não reduzir a tarifa de luz.
“Enquanto isso, os amigos acionistas seguem lucrando cada vez mais! É o Governo do Hobin Hood às avessas, que tira do pobre para dar pro rico”!”, afirmou o deputado estadual Arilson Chiorato, que também é presidente do PT-PR.
“A Copel vai pegar R$ 450 milhões dos paranaense e repassar pro bolso dos acionistas. É só lucro e nada pro povo”, acrescentou Chiorato.
Para a deputada Ana Júlia Ribeiro (PT-PR), com a Copel privatizada passou a imperar a lógica do lucro. Tarifas menores não garantem retornos maiores para os acionistas, argumenta. “Nós avisamos sobre tudo isso durante o processo de privatização. Não tínhamos dúvidas de que, com Copel privatizada, prevaleceria a busca por lucro, e não os investimentos, programas sociais e tarifas mais baratas”
A deputada acrescenta que, além da tarifa mais alta do que poderia ser praticado, desde a privatização houve piora considerável no serviço, com mais quedas de energia e aumento no tempo de reparo.
“Os paranaenses já estão pagando a conta da privatização, com tarifas mais caras e um serviço pior, o que prejudica a população e encarece os custos de produção, atrapalhando o desenvolvimento econômico e social do estado”.