Traiano reage a críticas de Moro: “Frustrado e réu em processos”

Após o senador Sergio Moro (União-PR), em pronunciamento no Plenário nesta terça-feira (15), chamar a atenção para denúncias de corrupção envolvendo Ademar Traiano, o atual presidente da Assembleia Legislativa do Paraná reagiu e fez críticas a Moro, dizendo que ele é traidor, enfrenta uma frustração eleitoral e é réu em processos.

“Fui alvo de um ataque de Vossa Excelência, baseado em um acordo legalmente firmado com o Ministério Público do Paraná e homologado pela Justiça, em conformidade com a legislação vigente”, respondeu Traiano, completando: “Como ex-juiz federal, o senhor deve (ou, pelo menos, deveria) ser um profundo conhecedor do ordenamento jurídico e, portanto, entende que o acordo de não persecução penal é um instrumento legal, criado justamente para promover soluções consensuais e céleres em casos de menor gravidade. *Cabe lembrar que esse instrumento, utilizado por mim, foi introduzido na legislação por iniciativa de Vossa Excelência, quando ocupava o cargo de ministro da Justiça”.

Segundo Moro, Traiano foi acusado de solicitar R$ 300 mil em suborno de um empresário em troca da renovação de um contrato com a Alep. Moro disse que Traiano firmou um acordo de não persecução penal com o Ministério Público do Paraná, admitindo o recebimento dos valores. Em contrapartida, o deputado não foi processado criminalmente. Contudo, o senador ressaltou que, apesar da confissão, Traiano continua exercendo seu mandato de deputado estadual e ocupando a presidência da Alep. Para Moro, isso é inadmissível.

“Causa espécie que alguém que confessa, que admite que solicitou suborno, propina, segundo o próprio acordo de não persecução penal por ele celebrado e segundo matérias jornalísticas, que divulgaram não só o acordo, mas o áudio, que alguém que tenha cometido esses atos continue no comando da Assembleia Legislativa do Paraná. Não podemos ter um deputado, não se pode ter um senador, um parlamentar, ninguém que admitiu recebimento de propina no exercício de um mandato, e ainda mais no exercício de um cargo de presidente de assembleia legislativa”.

Para Traiano, a manifestação de Moro é oriunda de uma frustração pessoal com o resultado eleitoral. “Seu ataque parece refletir um momento de frustração pessoal, especialmente após o resultado desfavorável de sua esposa, Rosangela Moro, nas recentes eleições em Curitiba, algo já mencionado por outras figuras políticas”.

“Vale lembrar as palavras do deputado Ney Leprevost, que classificou Vossa Excelência como um *”traidor contumaz”*, relembrando suas inúmeras traições à magistratura, aos seus eleitores e até mesmo a aliados políticos. Além disso, o acusou de ter traído o partido União Brasil ao utilizar 230 mil reais do fundo eleitoral nas redes sociais de sua esposa, promovendo-a de forma pessoal e sem sequer pedir votos para o 44, conduta tipificada como crime pelo art. 354-A do Código Eleitoral”, disse Traiano.

Por fim, ele fez um convite ao senador: “Vamos juntos a um cartório, onde posso prontamente apresentar minha certidão de antecedentes criminais e civis, que demonstram minha total ausência de processos. Ao contrário, Vossa Excelência, que atualmente figura como réu em processos no Supremo Tribunal Federal, talvez tenha dificuldades em fazer o mesmo. Esse é o verdadeiro compromisso com a transparência que os paranaenses esperam”.

2 respostas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *