A definição do PT sobre o rumo nas eleições em Curitiba deve acontecer até o final de abril. O assunto marcou os debates de um encontro da CNB (Construindo um Novo Brasil), principal tendência da legenda, realizado nesse sábado, dia 27, na capital paranaense, com representantes de todo o estado. Um aspecto já é certo: a sustentação ao presidente Lula e o pleito de 2026 serão cruciais na decisão.
Ainda não há consenso no partido sobre o caminho a seguir. Parte dos dirigentes e militantes defende a manutenção da frente que elegeu Lula – nesse contexto, poderia haver uma aliança com o PSB, na qual Luciano Ducci seria o mais cotado como cabeça de chapa. Outra negociação acontece com o PDT. O deputado estadual pela legenda, Goura Nataraj, também é pré-candidato.
De outro lado, existe a defesa da candidatura própria. Hoje, são três os nomes que se colocam à disposição do partido para disputar o pleito: Carol Dartora, Zeca Dirceu e Felipe Magal.
A deputada federal e presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, deixou claro que as prioridades do partido no estado – e não só em Curitiba – são a sustentação no Congresso de Lula e a reeleição dele em 2026. “O balanço da reunião é muito positivo. Tivemos grande representatividade para discutir a responsabilidade desse campo em dar sustentação ao presidente Lula. As eleições municipais, além de eleger nossos candidatos, precisam aglutinar um campo político no Paraná para fazer o enfrentamento à extrema-direita e preparar as eleições de 2026”.
O posicionamento do presidente do PT no Paraná, Arilson Chiorato, converge com o de Gleisi. “Vamos analisar aqueles que tenham compromisso com o projeto nacional. O PT faz parte de uma federação. Nossa vantagem no Paraná é a verdade contra a falácia do ratismo, do lavajatismo e do bolsonarismo. Precisamos ter unidade e coesão nesse enfrentamento. O PT vai crescer muito e o povo do Paraná vai ganhar”.
A regra básica nas articulações com outras legendas é o apoio a Lula em 2026, afirmou durante o encontro Chiorato. “Sem apoio e declaração de voto não tem coligação”.
Em Curitiba, caberá ao presidente municipal Angelo Vanhoni articular um consenso dentro do partido. “A decisão será tomada com paciência. O partido está forte, bem organizado e precisa tomar a melhor decisão tanto para o PT, quanto para uma frente de esquerda que possa ajudar na reeleição de Lula em 2026, para continuarmos aperfeiçoando a democracia do Brasil e os programas de interesse popular”.
De acordo com Vanhoni, a data limite para a tomada de decisão é até final de abril, mas pode acontecer antes. O partido trabalhará para chegar a um consenso, evitando prévias. “A votação em diretório consolidaria a unidade e estratégias. A disputa de prévia tem vantagens, que é a consulta aos filiados e o fortalecimento da democracia interna, mas também traz alguns problemas e ficam algumas mágoas”.
Pré-candidatos
No encontro, o deputado federal Zeca Dirceu reforçou a intenção de entrar na disputa e defendeu que o partido tenha candidatura própria.
“Depois dessa plenária, fiquei ainda mais entusiasmado com uma candidatura própria. Percebi ampla maioria a favor dessa alternativa. Vamos dialogar e tentar manter a frente. Mas o PT tem o direito de construir a sua candidatura. Se ausentar disso é um erro”.
Felipe Magal também participou do encontro. Ele defende que o partido faça alianças, mas afirma que, em Curitiba, o PT precisa “capitanear” esse processo. “O PT é o maior instituto de transformação social e não pode abdicar de disputar a eleição em Curitiba e em nenhuma outra capital. É necessário que façamos um embate democrático de acordo com os nossos valores”.
Participantes
Participaram do evento nomes de peso do partido – vereadores e pré-candidatos de todo o estado; os deputados estaduais Ana Júlia Ribeiro, Dr. Antenor, Arilson Chiorato e Luciana Rafagnin; os deputados federais Elton Welter e Zeca Dirceu; e a presidente nacional da legenda, Gleisi Hoffmann.
