O deputado federal e líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, afirmou nesta terça-feira (29) que a operação policial realizada no Rio de Janeiro pode ter sido deflagrada com intenção política.
Em publicação nas redes sociais, o parlamentar escreveu:
“Não descarto que a operação de hoje no Rio de Janeiro tenha sido deflagrada com a intenção abjeta de tentar mudar a pauta da política nacional.
O próprio Cláudio Castro declarou em 2022 em entrevista ao jornalista Octávio Guedes sobre o uso eleitoral de operações como essa: ‘se me baseasse em pesquisa, faria uma operação policial por semana’.
A hipótese é cruel, mas plausível: as maiores chacinas da história do Rio aconteceram sob sua gestão: Jacarezinho, Vila Cruzeiro, Alemão e agora Penha.
Como disse Reinaldo Azevedo: ‘A verdade inescapável é a seguinte: a extrema direita tem uma receita para a segurança pública, que não varia ao longo das décadas: empilhe corpos, abarrote os presídios, massacre os pobres, e se passará, então, a impressão de que algo está sendo feito. Quando tudo der errado, acuse o adversário de ser o responsável pela tragédia porque, afinal, ele teve a ousadia de dizer que sair matando a esmo não é a resposta.’”
A declaração foi feita após a operação policial no Complexo da Penha e no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, considerada a mais letal da história do estado. A ação, chamada Operação Contenção, mobilizou cerca de 2.500 agentes das polícias Civil e Militar, resultou em pelo menos 64 mortes, 81 prisões e mais de 90 fuzis apreendidos, além da morte de quatro policiais.
O episódio paralisou parte da cidade, com rodovias bloqueadas, escolas fechadas e moradores ilhados em casa durante os confrontos. A operação, que o governo estadual afirma ter como alvo o Comando Vermelho, reacendeu o debate sobre a escalada da violência policial e o impacto das ações em áreas densamente povoadas.
