Uma série de áudios divulgados pela imprensa aponta a existência de um suposto esquema de corrupção envolvendo a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), que teria sido utilizado para financiar a campanha eleitoral do governador Ratinho Jr. em 2022. Em nota, o Governo do Estado classificou o caso como uma denúncia antiga. Ainda assim, diante do conteúdo do material divulgado, o líder da Bancada de Oposição na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), deputado Arilson Chiorato (PT), defende a necessidade de apuração judicial dos fatos.
Pedidos de investigação junto à Polícia Federal (PF) e ao Ministério Público do Paraná (MP-PR) foram protocolados e assinados pelos deputados Arilson Chiorato, que também preside o PT no Paraná, e Requião Filho (PDT). As representações solicitam a instauração de procedimentos para apurar possíveis crimes eleitorais e administrativos, além da adoção das medidas previstas em lei, caso as irregularidades sejam confirmadas.
Além das representações, os parlamentares também protocolaram um requerimento de informações à Casa Civil, com base na Lei de Acesso à Informação (LAI). O pedido solicita dados sobre contratos, nomeações, exonerações e eventuais providências adotadas pelo governo estadual diante das denúncias envolvendo a Sanepar.
As medidas foram apresentadas no início da noite de quarta-feira (24), após a divulgação dos áudios pela imprensa. O conteúdo das conversas sugere um possível esquema de arrecadação irregular, com referências a caixa dois, cobrança de propinas e eventual coação de funcionários da Sanepar. As gravações também mencionam a destinação de recursos para cobrir dívidas de campanha eleitoral e para projetos políticos futuros.
Para o deputado Arilson Chiorato, o material divulgado precisa ser analisado com base em critérios técnicos e legais. “Os áudios levantam questionamentos objetivos sobre o uso de uma empresa pública e de recursos do Estado. Isso precisa ser esclarecido com transparência e responsabilidade institucional”, afirmou.
Segundo o líder da Oposição, o objetivo das medidas é garantir a independência das apurações. “Nós cumprimos nosso papel ao acionar os órgãos competentes e acompanhar os encaminhamentos. A investigação deve seguir todos os trâmites legais”, declarou.
Arilson também criticou a postura do governo estadual diante do caso. “O Governo Ratinho Jr. não pode tratar o assunto como encerrado sem apresentar esclarecimentos sobre os fatos apontados. Classificar a denúncia como antiga não substitui a obrigação de prestar informações à sociedade”, disse.
O deputado ressaltou ainda que a Bancada de Oposição seguirá acompanhando os desdobramentos do caso e cobrando respostas das autoridades responsáveis. “A resposta do Executivo não esclarece o conteúdo dos áudios. O material existe e precisa ser devidamente analisado pela Justiça”, concluiu.
