*Por Arilson Chiorato
Os movimentos do Governo Ratinho para privatizar a Copel são sentidos desde o início de seu primeiro mandato. Aliás, não só a Copel, mas tudo o que puder entregar para a iniciativa privada com o claro objetivo de promover o desmonte das políticas públicas e do Estado. Há anos venho denunciando essa opção de governar para os grandes grupos econômicos em detrimento das necessidades da população.
A privatização, em geral, é baseada em alguns argumentos que buscam justificá-la, mas na maioria das vezes são questões pontuais que buscam servir como cortina de fumaça para encobrir o real interesse, que é entregar empresas públicas para o setor privado. E aqui destaco o compromisso deste governo em contribuir com os interesses dos acionistas e do mercado financeiro.
Mas, se tem algo a que estou disposto, é lutar contra este grande equívoco que é a venda da Copel, uma empresa que aumenta seus lucros ano após ano, que está presente em todo o território paranaense e tem valor grande valor, não apenas econômico, mas de oferta de política pública e desenvolvimento do estado.
Acontece que a venda da Copel precisa ser freada, não porque não estou de acordo, mas porque este processo está desmoralizado, cheio de vícios e situações delicadas que impedem sua lisura. Por isso, ingressei com pedido de CPI (Comissão de Inquérito Parlamentar) da Copel, para que possamos compreender e passar a limpo todas as informações chegaram e que são extremamente preocupantes.
Entre tantas questões que são de escandalizar, evidencio a falta de informações nos balanços da empresa; a contratação de assessoria jurídica em licitação para emissão de um parecer polêmico; e contrato de serviço no valor de R$ 4 milhões com empresa onde o sócio é filho de, então, conselheira de administração da Copel.
As informações controversas às quais tivemos acesso estão cada vez mais preocupantes. É inaceitável que o processo de privatização de uma empresa pública esteja permeado por tantos fatos questionáveis. Portanto, é essencial a instituição desta CPI, para que, minimamente, mesmo que contrários a esta venda, tenhamos condições de analisar algo tão delicado e que diz respeito aos paranaenses.
A Copel já tentou me calar quando no início do ano me interpelou judicialmente devido a uma declaração que fiz, que estava baseada em informação que já era notoriamente pública há pelo menos 5 anos, pois foi divulgada no Estado de São Paulo.
Uma das coisas que aprendi ao longo da vida é que quem não deve, não teme, portanto, além desta interpelação ter sido no mínimo curiosa e demonstrado um grau de insegurança, por outro, também é fundamental que possamos tirar a limpo toda a trajetória desta privatização para que, minimamente, estejamos cumprindo adequadamente com nosso papel de parlamentares, que é fiscalizar e defender os direitos e os interesses do povo do Paraná.