Catastrófico. É assim que o deputado Arilson Chiorato (PT) definiu o resultado do leilão do pedágio, que ocorreu na última sexta-feira (29/09) na Bolsa de Valores, B3, em São Paulo. Em seu discurso no plenário da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) nesta segunda-feira (02/10), o parlamentar chamou de “matemágica” a conta apresentada pelo Governo do Estado em que afirma que o desconto irrisório de 0,08% apresentado pelo Grupo EPR sobre a tarifa vai representar um desconto de 56%. “Não existe mágica, o pedágio vai ficar mais caro no Paraná”, afirma o deputado Arilson.
“Tarifa barata, garantia de obras e transparência vão continuar o bordão da propaganda do Governo, mas quando as cancelas começarem a funcionar, vamos ser cobrados pela matemática real, e os números não mentem. As tarifas vão ficar mais caras. O transporte até o Porto de Paranaguá vai ficar mais caro. Além disso, o verniz de transparência, dado pelo leilão na B3, não garantiu o tal aporte, que era usado pelo governo como mecanismo garantidor de obras. E agora, quem vai garantir as obras?”, questiona. O aporte seria cobrado a partir de 18% de desconto. O objetivo era garantir tarifas baratas, mas sem concorrência, o desconto foi de 0,08%.
O deputado, que coordenou a Frente Parlamentar sobre o Pedágio, frisou ainda que a tarifa divulgada pelo Governo não está corrigida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). “Além disso, após o quinto ano, vai ter degrau tarifário. E mais: só no lote 2, de quatro praças, vai saltar para 7. No total, vamos sair de 27 praças para 42, ou seja, vamos pagar mais pedágio, o que vai comprometer a competitividade econômica”, lembra.
Diante do aumento iminente de praças e valores, o deputado Arilson pediu a Alep que tome medidas para evitar a implementação do atual modelo de pedágio. “Porque esse modelo apresentado, que não acatou as orientações do TCU (Tribunal de Contas da União) precisa ser corrigido, porque o sentimento que fica é que mais uma vez o povo paranaense foi enganado pela ‘matemágica’ do Governo”, diz.
“O modelo anterior, um modelo caro, superfaturado, sem garantia de obras executadas, que resultou apenas em 51% duplicações, 57% das terceiras faixas e permitiu que 28 grandes obras sumissem do contrato e quase R$ 10 bilhões cobrados a mais através do chamado ‘degrau de pista dupla’, valor cobrado por duplicação que nunca foram feitas, corre sério risco de se repetir”, alerta.
“É crucial que a população esteja ciente das implicações desse modelo de pedágio, e que o governo tome medidas para garantir que as promessas feitas se tornem realidade, porque a matemática, afinal, só funciona quando os números batem com a realidade”, pontua.