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Com patas de Ratinho Jr., homenagem a Bolsonaro causa mal-estar no Palácio do Planalto

O título de cidadão honorário concedido a Bolsonaro pela Assembleia Legislativa do Paraná não caiu bem no Palácio do Planalto. Fontes do governo consultadas pelo Revérbero entendem que o governador Ratinho Jr. atuou diretamente para aprovar a homenagem ao ex-presidente, a partir do momento em que seu líder na Assembleia, o deputado Hussein Bakri, orientou o voto da bancada.

Além disso, o próprio fato de o projeto ser colocado em votação pelo presidente da Casa, Ademar Traiano, causou estranheza. Isso porque aconteceu em um momento em que deputados experientes faziam um movimento para conter os ânimos exaltados na Casa de Leis pela polarização política e pela postura radical de deputados de extrema-direita. Assim, alguns suspeitam que a própria definição da pauta teve as mãos – ou as patas, como dizem opositores – de Ratinho Jr.

Ratinho Jr. é um bolsonarista declarado, mas busca apoio do governo federal para levar seu projeto de poder à frente, e tem contado com portas abertas em diferentes ministérios. Conseguiu levar à frente o pedágio, não viu obstáculos à privatização da Copel e agora toca a privatização do Porto de Paranaguá.

Em Brasília, alguns também veem o processo para militarização de mais escolas no Paraná, concluído esta semana, como uma afronta, uma vez que em julho o MEC encerrou o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares

Resta saber como o mal-estar gerado vai repercutir na relação do governo do estado com o Palácio do Planalto.

No mesmo dia em que a homenagem a Bolsonaro foi aprovada, o deputado Arilson Chiorato, presidente do PT no Paraná, protestou e disse que a relação entre governo do estado e governo federal precisava ser revista. “É uma vergonha o governo do Estado orientar o voto. É o Ratinho que está dando o título ao Bolsonaro. Acho que precisamos rever as relações institucionais. É uma afronta ao povo paranaense”, disse.

Conforme ele disse na sessão, o projeto foi patrocinado pelo Palácio do Iguaçu. “Se tem aprovação é porque o palácio tem a digital, ou melhor, patas neste projeto. E agora temos que fazer uma reflexão”.

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