Com assessoria
Na segunda-feira, 19, parlamentares e lideranças petistas participam de ato público, no Sindicato dos Bancários, em defesa da candidatura própria do partido à Prefeitura de Curitiba nas eleições municipais de outubro.
A definição dos rumos do partido nas eleições municipais tem causado embates. Ainda não há consenso no partido sobre o caminho a seguir. Parte dos dirigentes e militantes defende a manutenção da frente que elegeu Lula – nesse contexto, poderia haver uma aliança com o PSB, na qual Luciano Ducci seria o mais cotado como cabeça de chapa. Nomes como Gleisi Hoffmann e Arilson Chiorato, presidentes do PT nacional e do Paraná, respectivamente, entendem que esse caminho contribuiria para a sustentação no Congresso a Lula e para a reeleição dele em 2026.
De outro lado, existe a defesa da candidatura própria. Hoje, são três os nomes que se colocam à disposição do partido para disputar o pleito: Carol Dartora, Zeca Dirceu e Felipe Magal. Além dos pré-candidatos, devem participam do ato os deputados estaduais Requião Filho e Renato Freitas; a vereadora Giorgia Prates; o ex-governador e ex-senador, Roberto Requião; e o Delegado Pedro Felipe
“São lideranças de Curitiba e do Paraná que defendem a candidatura própria para prefeito. Estamos buscando mais apoio e assim dialogar com os partidos que integram a Frente Ampla (PT, PV, PCdoB, PDT e PSB), mostrando que a melhor opção é o candidato do presidente Lula, é o candidato do PT, para disputar a capital do Paraná”, aponta Zeca Dirceu.
“Curitiba é uma cidade inteligente que quer para si coisas boas e isso o PT tem. Temos nomes importantes com trabalhos relevantes na política. Acredito no caminho de fortalecer uma candidatura própria porque isso é apoiar uns aos outros, rumo ao real desenvolvimento social. Essa é uma decisão que o partido precisa tomar junto, ouvindo a sua militância”, diz Giorgia Prates, ativista social, vereadora e presidenta da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Municipal de Curitiba.
Proposta e identidade
O PT, segundo o deputado Requião Filho, não pode se furtar de apresentar uma proposta para os moradores de Curitiba. “Partido que entra numa disputa, já abrindo mão de sua proposta, perde a identidade, perde o propósito. Nós temos que, antes de considerar qualquer aliança, ter uma proposta. Senão, é uma aliança em cima do quê?”, questiona o líder da Oposição na Assembleia Legislativa.
Democracia e debate
O deputado Renato Freitas disse que o PT deve dar exemplo à sociedade e antecipar um mundo em que a maioria das pessoas possam viver no bem estar social. “Queremos construir um mundo de democracia, de debate, de coabitação, de convivência, que gere experiências democráticas”, disse
“Até porque, do ponto de vista pragmático eleitoral, também é o melhor a se fazer. Perdendo ou ganhando, todos os agentes e atores políticos se inclinam em apoiar aquele que ganhou (a eleição). Fez parte do processo! Eu acho que, sob todos os pontos de vista, essa decisão por não lançar candidatura própria, sem prévia, sem consulta , sem discussão é equivocada”, completou Freitas.
Resistência democrática
O advogado Felipe Magal, que integra o coletivo, defende a candidatura própria pelo protagonismo da legenda na história recente dos avanços no país e também por representar a resistência e uma das principais bandeiras que se erguem na cidade no enfrentamento das injustiças e das desigualdades sociais. “O PT é o maior instituto social do país. O mais notório partido que as pessoas que se juntam, se inclinam por quererem combater a injustiça social. É pra isso que fomos feitos, é por isso que estamos aqui. Antes do administrativo, está o social, na minha visão”, argumentou.
“E se o PT é esse agente, que seja do PT quem levante essa bandeira. A bandeira da mudança desse sistema democrático que exclui para uma bandeira democrática que inclua”, acrescentou.
Defesa de Lula
O Delegado Pedro Filipe, pré-candidato a vice-prefeito nas eleições municipais de 2020, acredita que a candidatura própria seja o caminho para fortalecer o PT e o campo progressista de Curitiba. “Temos que fazer a defesa do Governo Lula e alcançar uma importante votação na legenda”, avalia.
“O reconhecimento desse valor é que pode, sim, contribuir para aumentar a representatividade da bancada da Federação (PT, PCdoB e PV) na Câmara de Vereadores. Temos três grandes nomes (Dartora, Magal e Zeca) que se colocaram à disposição do partido. Todos com condições de promover um bom debate e de bem representar o PT nesse processo eleitoral que se aproxima”, concluiu.
Conjuntura Política
O deputado Zeca Dirceu argumenta que até o mês de junho a conjuntura política em Curitiba pode mudar. “Inclusive, quem hoje apontamos e que talvez venha a ser o nome de uma frente que nos representa, pode nem querer mais ser candidato. O PT tem que ter firmeza. O PT do Paraná tem que ajudar o PT de Curitiba. O PT nacional tem que olhar Curitiba não só com essa grandeza que a cidade tem para o estado, mas com a importância estratégica que Curitiba tem para o Brasil”.
Zeca Dirceu disse que o PT já deve trabalhar junto com os partidos que compõem a Frente Ampla (PCdoB, PV, PDT e PSB) na formatação de um plano de governo para a cidade. A que tem mais visibilidade neste momento é a implantação da Tarifa Zero no sistema de transporte urbano da capital paranaense e que pode ser estendida às ligações com as cidades da região metropolitana, em sua avaliação.