Por Milton Alves*
A massiva e representativa plenária a favor da candidatura própria do PT em Curitiba, que aconteceu na noite de segunda-feira (19), no Espaço Cultural do Sindicato dos Bancários, reuniu todas as tendências internas do partido, ativistas das zonais do PT e os parlamentares com maior volume de votos na capital nas últimas eleições — um auditório lotado, com mais de 200 pessoas, demonstrou a energia e a vitalidade do movimento pela candidatura própria do PT.
Além dos três pré-candidatos – deputada federal Carol Dartora, deputado federal Zeca Dirceu e o advogado e radialista Felipe Magal – participaram do evento partidário o ex-governador e ex-senador Roberto Requião, o deputado federal Tadeu Veneri; os deputados estaduais Renato Freitas, Requião Filho e Professor Lemos; as vereadoras Professora Josete, Giórgia Prates e Angelo Vanhoni, que preside o PT de Curitiba.
A tônica dos pronunciamentos foi sobre a necessidade de uma candidatura própria do PT, como uma exigência do momento atual, para sustentar a defesa do governo do presidente Lula e realizar o embate de projetos contra o consórcio político conservador que comanda a prefeitura de Curitiba, e ampliar a bancada de vereadores — que conta atualmente com 3 parlamentares.
As várias lideranças de base que usaram a palavra reafirmaram a importância do papel protagonista do PT nos diversos movimentos sociais de Curitiba, expressando a demanda por uma cidade humanizada e democrática e rejeitando a tese de aliança com o deputado federal Luciano Ducci (PSB).
E somente uma liderança política identificada com o projeto do PT e de Lula, é capaz de galvanizar o apoio desses setores da população para uma candidatura de perfil popular e democrático em Curitiba.
O ex-governador Roberto Requião lembrou das experiências de desempenho em disputas eleitorais do campo popular de Curitiba: “Quando iniciei a minha campanha tinha somente 2% e terminei vitorioso, me elegendo prefeito [1986-1989] contra um mito do urbanismo e da cidade, que era o Jaime Lerner. O mesmo aconteceu com Vanhoni nas eleições de 2000, quando surpreendeu e quase ganhou a eleição para prefeito”.
A presença do presidente do PT de Curitiba, o vereador Ângelo Vanhoni, um dos líderes da tendência Construindo um Novo Brasil (CNB), sinalizou para a preservação da democracia interna e o respeito ao calendário partidário.
Além do debate sobre a tática eleitoral, a reunião aprovou uma moção de apoio ao presidente Lula, atacado pela extrema direita e pelo PSB por defender a população da Palestina, que é vítima de uma guerra de agressão e genocídio levada a cabo pelo governo sionista de Israel.
Um programa para Humanizar Curitiba
O PT de Curitiba deve apresentar na campanha eleitoral uma agenda de propostas populares, apontando a ligação entre os problemas locais com as questões nacionais que entravam e sufocam o desenvolvimento dos municípios: a herança da EC 95 – teto dos gastos, as privatizações e as precarizações dos serviços públicos, as demandas por mais investimentos no SUS, priorizando os territórios periféricos; a garantia da manutenção dos Fundos, como o Fundeb – financiamento do ensino básico e creches -; o Fundo de Participação dos Municípios (FPM); implementar o Orçamento Participativo, com a participação popular; a adoção gradual da tarifa zero nos transportes e a criação de uma frota pública; a revisão dos contratos e novas licitações para a gestão do lixo e da zeladoria da cidade; a transformação do ICI numa autarquia municipal; entre outras demandas de inclusão e desenvolvimento econômico. Ou seja, humanizar e democratizar a vida na capital de todos os curitibanos e as curitibanas.
A plenária petista pela candidatura própria significou também uma realidade incontornável: o que une e fortalece o PT de Curitiba no futuro imediato e nas disputas futuras – como a possibilidade de uma eleição suplementar para o Senado, caso o senador Sergio Moro tenha o mandato cassado pela Justiça Eleitoral – é a candidatura própria.
Segundo o calendário definido pelo Diretório Municipal do PT, o Encontro Municipal para escolha dos candidatos – chapa de vereadores e o candidato ao cargo de prefeito – será realizado no dia 06 de abril.
Agenda
Ato pela candidatura própria – dia 24 de fevereiro (sábado), às 10h, Rua XV com Monsenhor Celso.
Reunião Ampliada do Diretório Municipal – dia 2 de março (sábado), às 9h, em local a ser definido
*É jornalista e escritor. Colabora em diversas mídias progressistas e de esquerda. É o autor dos livros ‘A Política Além da Notícia e a Guerra Declarada Contra Lula e o PT’ (2019), ‘A Saída é pela Esquerda’ (2020), ‘Lava Jato, uma conspiração contra o Brasil’ (2021) e de ‘Brasil Sem Máscara – o governo Bolsonaro e a destruição do país‘ (2022) — todos pela Kotter Editorial. É militante do Partido dos Trabalhadores (PT), em Curitiba. Faz Pós-graduação em Ciência Política.