A articulação para que Beto Richa deixe o PSDB e ingresse no PL para disputar a Prefeitura de Curitiba expôs o racha que existe entre bolsonaristas no Paraná, dividindo nomes como Ratinho Jr., Paulo Martins, Filipe Barros e Ricardo Arruda.
Logo após as primeiras informações sobre a negociação, o ex-deputado Paulo Martins anunciou seu desligamento da presidência da legenda em Curitiba. Hoje pela manhã, ele enfatizou que também pretende disputar a prefeitura – Martins ainda tem o nome ventilado para uma eleição suplementar ao Senado, caso Sergio Moro seja cassado.
“Quem acompanha o meu trabalho sabe que defendo os valores conservadores desde quando fazer isso não dava votos e nem likes. Continuo convicto do que faço. Por isso, me coloco à disposição do PL para disputar a eleição para a prefeitura de Curitiba. O partido que faça sua escolha”.
Nos bastidores, diz-se que quem também ficou revoltado com o movimento para ingresso de Richa no PL seria o governador Ratinho Jr., que chegou a ser secretário de Richa, mas hoje é desafeto do ex-chefe. O ingresso de Richa no PL para disputar a prefeitura prejudica a união de forças que Ratinho tenta convergir em torno do vice-prefeito Eduardo Pimentel, que tentará suceder Greca. Ratinho também não gostaria de ver seu poder nas hastes bolsonaristas dividido com Richa.
Já Richa veria a sua mudança para o PL como uma forma de vingança contra Ratinho Jr., de quem tem mágoas e se julga traído.
Para colocar ainda mais caldo no embate, o deputado estadual Ricardo Arruda foi outro que manifestou hoje pela manhã e, pasmem, dessa vez de maneira coerente. Ele jogou a culpa pela negociação no deputado federal Filipe Barros, de Londrina. “É surreal. Ninguém entendeu, pois o Richa é colocado com o Alckmin, mais ligado à esquerda. Consegui conversar e explicar ao Presidente Bolsonaro e a outros membros do PL o mal que isso causaria a imagem do nosso Partido. Acredito que consegui mostrar a verdade”.