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Após intensa articulação política, Petrobras confirma reabertura da FAFEN-PR, em Araucária

Vários deputados foram ativos nas articulações para retomada das atividades, anunciada pela Petrobras. Foto: Lucas Carrera

A FAFEN-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná) de Araucária voltará a funcionar, conforme anúncio emitido no final da noite desta quarta-feira, 17, pela Diretoria Executiva da Petrobras. As negociações para reabertura da unidade tiveram forte atuação parlamentar de diferentes deputados do PT do Paraná e envolveram o governo federal, estatal e sindicatos.

Em comunicado, a Petrobras afirma que foi aprovada “a negociação com ex-empregados, e junto ao Tribunal Superior do Trabalho (TST), dos termos da contratação; e o início dos trâmites para contratação de serviços de manutenção e materiais críticos relativos à retomada da planta industrial”.

“Lutamos muito junto aos trabalhadores para reverter esse retrocesso e agora, por determinação do presidente Lula, conseguimos essa importante vitória. Essa conquista é importante não só para os trabalhadores, mas também para a soberania do país no setor de fertilizantes. Com Lula, continuamos avançando na reconstrução do Brasil e fortalecimento do Paraná”, comemorou a deputada federal Gleisi Hoffmann.

“A primeira batalha que travamos foi contra a venda da fábrica em 2022. E agora, estamos bem próximos do seu religamento. É uma vitória dos brasileiros, dos trabalhadores da Petrobras, e da agropecuária e outros setores que terão insumos mais em conta para reduzir os custos de produção”, afirmou o deputado federal Zeca Dirceu.

A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT) participou de diversas reuniões para articular a reabertura da unidade e esteve no ato em frente à fábrica, em março, que reuniu mais de 2 mil trabalhadores. “Recebemos com muita alegria e expectativa a notícia da reabertura da FAFEN-PR. Participamos ativamente desta luta junto com outros companheiros, mostrando ao governo a importância da reativação”.

O deputado Professor Lemos, líder do Bloco PT-PDT na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), também celebrou a decisão, destacando a importância da luta dos trabalhadores e do compromisso político. “A luta dos trabalhadores, com o apoio incessante dos sindicatos e da nossa articulação política, foi fundamental para alcançarmos esse resultado. A reabertura da FAFEN-PR é uma vitória da classe trabalhadora e um passo importante para a reconstrução do Brasil e para a soberania nacional no setor de fertilizantes”, destacou Lemos.

Empregos

Parada desde 2020, durante o governo Bolsonaro, a reabertura da FAFEN-PR (Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná), em Araucária, deve gerar 5 mil empregos diretos e indiretos, conforme estimativa do Sindiquímica-PR e Sindipetro-PR/SC, duas entidades que foram ativas na luta pela reabertura da unidade, além do Sindimont (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Montagem) e FUP (Federação Única dos Petroleiros).

A definição anunciada pela Petrobras quanto à recontratação dos funcionários demitidos é crucial para a retomada das atividades. A medida tem justificativa social e técnica, uma vez que são trabalhadores com experiência e que conhecem o funcionamento da fábrica. Em algumas posições, leva-se até 5 anos para preparar o profissional para a função, mesmo com formação teórica.

“A recontratação é uma importante vitória neste processo, corrigindo a injustiça que foi a demissão de cerca de 1 mil funcionários que causou problemas e sofrimento a tantas famílias”, salienta Ana Júlia.

Pesquisa e inovação

Além da geração de empregos e do estímulo à agricultura, a reabertura deve estimular o desenvolvimento de Araucária e RMC (Região Metropolitana de Curitiba) em outras áreas – uma delas a de pesquisa e inovação. No mês passado, o governo federal anunciou a instalação de cinco novos campi do IFPR no Paraná, um deles justamente em Araucária-PR.

Para as deputadas Ana Júlia e Gleisi Hoffmann, os cursos do do IFPR em Araucária promoverão o diálogo com a cadeia produtiva local, aproveitando o potencial produtivo, gerando inovação tecnológica e promovendo a sustentabilidade.

Além da geração de empregos e do estímulo à pesquisa e inovação, a reabertura beneficiará o setor agropecuário, diminuindo a dependência de produtos importados da Europa e Ásia e reduzindo a pressão sobre os preços provocada pela guerra entre Rússia e Ucrânia.

Antes da paralisação, a FAFEN-PR produzia parte significativa da ureia e amônia do mercado brasileiro, matérias-primas utilizadas na fabricação de fertilizantes. Com a redução do custo de produção a partir da maior disponibilidade de produtos nacionais, espera-se que haja diminuição também no preço dos alimentos.

De acordo com a deputada Ana Júlia, a reativação também puxará o crescimento da cadeia produtiva da região metropolitana. No entorno da unidade, há várias empresas que prestavam serviços à FAFEN-PR que estão paradas, aguardando a retomada das atividades.

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