A deputada estadual Ana Júlia Ribeiro (PT) denunciou na sessão desta segunda-feira, dia 6, a discriminação que existe na tramitação de projetos de lei na Assembleia Legislativa do Paraná.
A parlamentar usou como exemplo o projeto de lei 78, apresentado por ela no ano passado, que altera a estrutura da Polícia Civil para acolher melhor as mulheres vítimas de violência. Enquanto o projeto da petista está parado, uma matéria semelhante, porém genérica, protocolada meses depois por um deputado homem já avançou na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) e está na Comissão da Mulher.
“O projeto que apresentei é bem fundamentando, de extrema relevância, e conta inclusive com a contribuição da controladoria das Delegacias da Mulher. Por que está sendo ignorado? É porque eu sou mulher, jovem e da Oposição?”, questionou.
Segundo Ana Júlia, não é o mérito do projeto que está em jogo. “A diferença é que o deputado que apresentou o outro projeto é homem, e eu sou mulher. Quando uma deputada protocola um projeto construído por mulheres, não vai para frente. Quando um homem protocola projeto sobre mulheres, ele anda”.
De acordo com a parlamentar, muitas vezes a discriminação contra a mulher acontece silenciosamente. Ela ainda afirmou que é necessário expor esse tipo de comportamento para que haja avanços. “Estamos aqui para modificar a forma da política e precisamos votar projetos que de fato mudem a vida das pessoas”.
Segundo Ana Júlia, é preciso um sistema eficiente para pautar os projetos apresentados pelos deputados, pois “algumas matérias não andam por causa de quem assina”.
Após o posicionamento de Ana Júlia, outros deputados se manifestaram por melhorias na tramitação de projetos, entre os quais Renato Freitas, Luiz Cláudio Romanelli, Cristina Silvestri, Tercílio Turini.