Ratinho Jr. diz não ter vergonha das privatizações realizadas durante seu governo

O governador Carlos Massa Ratinho Junior participou, nesta terça-feira (24), em São Paulo, do J.Safra Brazil Conference 2024, evento promovido pelo Banco Safra e que reúne investidores e lideranças públicas para debater o cenário econômico e oportunidades de investimentos Foto: Jonathan Campos/AEN

Durante evento promovido pelo Banco Safra, nesta terça-feira (24), em São Paulo, o governador Ratinho Junior (PSD) defendeu as privatizações e concessões promovidas durante seu governo desde 2019.

“Essa é uma visão minha de governo e de sociedade, do estado ser o menor possível e trazer a iniciativa privada para poder prestar serviços para a população. Eu não tenho vergonha nenhuma em defender privatizações, concessões, PPPs [Parcerias Público Privadas], sendo que o Paraná foi o Estado que mais fez concessões, privatizações e PPPs no Brasil”, afirmou Ratinho Junior.

Nos últimos cinco anos, o Paraná fez diversas privatizações, como a da Sercomtel, empresa de telefonia com sede em Londrina, e Copel Telecom, subsidiária da Copel na área de internet e fibra óptica; a concessão do Parque Estadual de Vila Velha, em Ponta Grossa; a transformação da Copel em corporação; e mais recentemente PPPs da Sanepar no saneamento básico no Estado. Além desses, o programa contempla a Pedreira do Atuba, quatro aeroportos e os pátios do Detran. A Ferroeste está em processo de privatização. O governador também deve privatizar escolas públicas, após a aprovação na Assembleia a toque de caixa do Projeto Parceiro da Escola.

Todas as privatizações do governo de Ratinho foram duramente criticadas pela Oposição na Assembleia, principalmente a Copel e as escolas. No entendimento de deputados da Oposição, a Copel era uma empresa lucrativa e foi vendida “a preço de banana”. Depois da venda das ações, a qualidade do serviço da companhia caiu drasticamente.

Já sobre as escolas, o entendimento é que fere a Lei de Diretrizes Básicas da Educação, ao interferir na autonomia pedagógica, e serve apenas para dar lucro para empresas.

O Paraná também conta com o maior pacote de concessões rodoviárias do Brasil. São 3,3 mil quilômetros de rodovias, distribuídos em seis lotes. Dois deles (1 e 2) já estão em operação, outros dois (3 e 6) serão leiloados em dezembro deste ano e os lotes 4 e 5 estão previstos para o ano que vem. “É a primeira modelagem da história que une rodovias estaduais e federais. Somente em investimentos serão R$ 60 bilhões em sete anos, o maior da América Latina em obras”, disse, sem mencionar que o novo pedágio tem 15 novas praças e que as tarifas das próximas concessões podem ultrapassar os R$ 20.

Ratinho Junior também apresentou aos empresários a privatização da Ferroeste, estrada de ferro que liga Cascavel a Guarapuava, no Interior, e que conta com a concessão da malha entre Maracaju, no Mato Grosso do Sul, até o Porto de Paranaguá. O trecho, que atualmente conta com cerca de 250 quilômetros de extensão, poderá chegar a 1.300 quilômetros de linha férrea, com os estudos de viabilidade econômica e ambiental prontos, além de audiências públicas realizadas.

TRIBUTOS – Ao lado do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, e do ex-ministro da Fazenda e um dos diretores do Banco Safra, Joaquim Levy, Ratinho Junior falou sobre a mudança no sistema tributário brasileiro, aprovada pelo Congresso Nacional no final de 2023. Ele defendeu que a gestão seja descentralizada de Brasília, como acontece hoje, para uma maior autonomia dos estados e municípios.

“Eu já estive mais motivado com a Reforma Tributária. Apesar de a simplificação ser um bom avanço, nunca me enganei com o discurso de que seriam diminuídos tributos no Brasil. Não tem como diminuir tributo se não sabemos o tamanho da máquina, e só teremos noção desse tamanho quando for feita uma Reforma Administrativa”, defendeu o governador do Paraná.

EVENTO – Em sua 3ª edição, o J.Safra Brazil Conference é organizado pelo Banco Safra e reúne investidores, empresários, empreendedores e lideranças públicas para debater o cenário econômico e oportunidades de investimentos. Em dois dias de evento, são mais de mil reuniões entre investidores e 130 executivos das principais empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores.

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