A treta da política hoje aconteceu entre o deputado estadual e ex-candidato a prefeito de Curitiba nesta eleição, Ney Leprevost, e o senador Sergio Moro, ambos do União Brasil. Começou com a publicação de uma entrevista de Ney à Folha, na qual ele disse que a entrada do ex-juiz e da deputada federal Rosângela Moro (União Brasil) na sua chapa “não deu liga” e contribuiu para o resultado nas urnas.
“Moro atrapalhou bastante. Não que seja culpa dele o fato de eu não ter vencido, mas ele atrapalhou bastante. E ele é ruim de lidar, de difícil trato, vaidoso”, disse Leprevost. Ele ainda afirmou Moro começou a achar que o candidato era ele e queria ficar saindo na propaganda de televisão. “E ele agregou muita rejeição à campanha. Porque ele é visto em Curitiba como o carrasco do Lula e o traidor do Bolsonaro”.
Moro respondeu, dizendo que Ney é um “político velho” e que ele não soube se “conectar com o eleitorado” da cidade. “Embora ele (Ney) seja uma pessoa relativamente nova, se apresentou como um político velho, sem posições definidas de maneira clara. Ao invés de assumir uma posição clara de direita, ou se fosse o caso até de esquerda, ele ficou com posições políticas indefinidas. Ele agora está buscando uma desculpa para a derrota, mas mostra apenas que ficou pequeno politicamente e também pensa pequeno como pessoa. Eu praticamente não apareci na propaganda eleitoral dele. A gente estava disposto a ajudar na campanha, mas ele optou por correr sozinho”, afirmou o senador paranaense.
Diante a resposta, Ney voltou ao ataque. “Este senhor é um traidor contumaz. Traiu a magistratura utilizando-se dela para se promover pessoalmente com objetivo de conquistar cargo político. Traiu as Leis que jurou cumprir ao realizar tortura psicológica em réus e escutas telefônicas de legalidade questionável. Traiu as milhares de pessoas que saíram às ruas para apoiar a operação Lava Jato, abandonando sua função de juiz para ser ministro. Traiu o presidente Jair Bolsonaro ao ser expurgado do ministério atacando aquele que confiou nele nomeando-o para uma das pastas mais importantes da nação”.
E não parou por aí: “Traiu o partido Podemos que o sustentou financeiramente. Traiu o povo do Paraná ao tentar ser candidato a senador pelo estado de São Paulo, onde foi rejeitado pelo Tribunal Eleitoral. Traiu seu padrinho político, o senador Álvaro Dias, lançando- se candidato de última hora contra ele. Traiu seus eleitores de direita votando no ministro Flávio Dino para o STF. Traiu sua querida esposa colocando- a, através da direção nacional do partido, como candidata a vice na minha chapa e abandonando a campanha dez dias antes da eleição por não ter sido satisfeita a sua vaidade de aparecer diversas vezes no programa eleitoral de televisão. Traiu o partido União Brasil, utilizando na última semana de campanha 230 mil reais do fundo eleitoral nas redes sociais da sua esposa para mera promoção pessoal da mesma sem sequer pedir votos para o 44. Me traiu ao plantar ao longo da campanha diversas notas na imprensa nacional com objetivo de desestabilizar minha candidatura. Traiu a pátria ao fazer um “acordão” através dos senadores Rodrigo Pacheco e Davi Alcolumbre”.
Ney disse ainda: “Senador Sérgio Moro, não me meça pela sua régua. Minha vida pública é pautada por coerência e respeito a todas as pessoas. Se o senhor fosse amado pelo povo de Curitiba como afirma, não precisaria andar rodeado de seguranças pagos pelo povo brasileiro até para ir à feira. Me esqueça e vá se defender na justiça. Pois quem é réu em processo criminal é o senhor, não eu”.
Por fim, ele desculpas “ao povo de Curitiba por ter aceitado a imposição nacional do partido de ter a sua esposa como vice, não por ela que ainda hoje tenho como boa pessoa, mas pelo senhor que é um oportunista visto pela esquerda como carrasco do Lula e pela direita como traidor do Bolsonaro”.