O ex-agente penal e militante bolsonarista Jorge José Guaranho será julgado pelo assassinato do tesoureiro do PT de Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda, a partir desta terça-feira, dia 11 de fevereiro, no Tribunal do Júri de Curitiba. Ele é réu por homicídio duplamente qualificado, pelo motivo fútil, associado à violência política, e perigo comum.
O julgamento está marcado para iniciar às 10 horas e no dia seguinte às 9h30, podendo se estender por mais um dia.
A expectativa é que centenas de pessoas se manifestem em frente ao tribunal, pedindo justiça.
O crime ocorreu em 9 de julho de 2022. O guarda municipal Marcelo Arruda foi assassinado em sua festa de aniversário de 50 anos, que tinha como tema de decoração o PT e o então candidato à presidência Luiz Inácio Lula da Silva. O réu, Jorge José da Rocha Guaranho, foi denunciado pelo Ministério Público do Paraná (MPPR) à Justiça por homicídio doloso duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum.
O MP também destaca na denúncia a motivação política do assassinato.
*Como funciona o júri*
O júri do caso Marcelo Arruda será conduzido pela juíza Mychelle Pacheco Cintra Stadler, da 1ª Vara Privativa do Tribunal do Júri da capital paranaense.
A acusação será feita pelas promotoras de Justiça Roberta Franco Massa e Ticiane Louise Santana Pereira, que atuam na Promotoria de Justiça de Crimes Dolosos Contra a Vida. A equipe de assistência de acusação é composta pelos advogados Andrea Pacheco Godoy e Daniel Godoy, Paulo Henrique Guerra Zuchoski, Alessandra Raffaeli Boito e Rogério Oscar Botelho.
No primeiro dia de julgamento, serão definidos os membros do júri, por meio de sorteio dos jurados convocados, além da leitura de partes do processo. Na sequência, serão ouvidas as testemunhas e peritos. Concluída essa etapa, começarão os debates de acusação e defesa. Após as exposições, o conselho de sentença, formado pelos jurados, se reunirá para a decisão.
O julgamento será acompanhado por manifestantes e familiares de Marcelo Arruda.
O Tribunal do Juri fica na Rua Ernâni Santiago de Oliveira, 268 – Centro Cívico.
Crime
O crime ocorreu no contexto de forte polarização eleitoral, teve repercussão internacional e amplificou o debate sobre o aumento da violência política no Brasil. A data do assassinato, 9 de julho, foi instituída como Dia de Luta contra a Intolerância Política nos calendários oficiais do estado do Paraná e do Distrito Federal.