“Eu vou tirar você do SPC”. Quem não lembra do mantra de Ciro Gomes em 2018? Assim como na eleição passada, a inadimplência está novamente no centro do programa de governo do pré-candidato, que agora propõe um leilão reverso das dívidas dos brasileiros no qual atuariam o Banco do Brasil e a Caixa.
Em Curitiba, neste sábado, ele disse que a estagnação econômica brasileira tem como causas o endividamento das famílias, os juros altos e o baixo poder de consumo.
“É a primeira vez numa década inteira que o Brasil não cresce nada. O principal motor da atividade econômica é o consumo das famílias. Se as famílias expandem o consumo, o comércio vende mais, contrata mais gente, encomenda mais da indústria, que também contrata mais gente, e a traquitana da economia gira positivamente”.
No âmbito econômico, a solução, de acordo com Ciro, é investir em crédito. “Emprego e renda vêm depois que o país cresce. Onde eu posso e devo fazer uma política pública? No crédito, pois 78% das famílias brasileiras estão no limite histórico recordista de endividamento. A política do governo transformou o brasileiro em mau pagador, num desesperado”.
Ciro propõe um leilão reverso das dívidas dos brasileiros, com atuação do Banco do Brasil e da Caixa Econômica.
“Pega o Banco do Brasil e a Caixa Econômica e faz um leilão reverso promovido pelo governo, trocando os juros de 350% do crédito pessoal dos bancos privados por juros de 15%, o que daria muito lucro para o Banco do Brasil e Caixa e permitiria ao povo brasileiro retomar seu crédito. Isso em casamento com um programa de educação financeira”
De acordo com o pré-candidato, a extensão da crise brasileira mostra que o problema é o modelo econômico e político “que vem do FHC, do Lula e que Bolsonaro está agravando”.
“Isso pede novo modelo econômico e de governança política. A governança política é a mesma em que a corrupção e a fisiologia tomaram centralidade”.
.O pré-candidato ainda criticou o endividamento de jovens provado pelo FIES, o que classificou como um típico lulopetismo. “São 2 milhões de garotos endividados. É típico do lulopetismo: pega R$ 43 milhões dos cofres públicos, bota no bolso do empresário da educação privada e no caminho deixa a garota, que está começando a vida, endividada”.
Ciro também atacou Lula por, no entender dele, não assumir compromissos na área econômica. “Eu tenho proposta inteira escrita e o Lula vai para a televisão e diz que o povo tem que votar nele para ele dizer depois que for eleito o que vai fazer com a economia. É o populismo mais rasteiro e demagógico, que é a apologia da ignorância. Eleição é espécie de contrato, em que eu anuncio o que eu vou fazer e as pessoas concordam com isso e têm um documento para cobrar depois”.
Confira a matéria completa sobre a passagem de Ciro por Curitiba.